O jovem presidente da França tem sido comparado a Júpiter, Napoleão e Luís 14, não necessariamente com intenções lisonjeiras. Seu nível de popularidade pode ter despencado das estonteantes alturas pós-eleição, mas até o momento Emmanuel Macron tem conseguido se esquivar dos maciços e paralisantes protestos de rua que frustraram esforços anteriores para sacudir a adormecida economia nacional e cortar a taxa de desemprego, hoje em quase 10%.
A implosão da rotina política no país – que lançou os partidos e líderes tradicionais numa luta pela sobrevivência e impeliu ao poder a novata legenda de Macron, A República em Marcha – deixou o caminho livre para o presidente de 39 anos governar.
“Na França, é impossível reformar algo e continuar popular”, afirma o analista Philippe Moreau Defarges, do Instituto Francês de Relações Internacionais, sediado em Paris. “E, se ele não agir rapidamente, vai perder.”
Numa entrevista recente à revista Time, Macron minimizou a própria impopularidade como um mal necessário. “A pior coisa é perder popularidade sem agir nem ser eficiente”, explicou, acrescentando que está apenas cumprindo suas promessas eleitorais e impondo logo as reformas mais pesadas, para que tenham tempo de dar resultado.