Um estudo realizado pelo Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), com 360 crianças de 9 a 12 anos demonstrou uma prevalência de 21% de miopia em crianças expostas a monitores por até seis horas por dia.
Nessa faixa etária, a prevalência média apontada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é bem menor e chega a 12%. No paciente míope, a imagem é focalizada antes de chegar à retina, o que faz com que a pessoa enxergue objetos próximos com nitidez, mas visualize os distantes como se estivessem embaçados.
Segundo a oftalmologista da Clínica Oftalmed, Patrícia Rocha, “com o excesso de exposição aos monitores, o foco se concentra em distâncias curtas. Assim, ao focalizar objetos que estejam mais longe, o olho entra em fadiga porque o músculo ciliar fica submetido a um esforço acomodativo constante; e ele demora a se acomodar na posição correta”, explica.
De acordo com a especialista, essa situação causa um cansaço visual bastante incômodo chamado de ‘falsa miopia‘. No caso de crianças e adolescentes, cuja visão ainda está em desenvolvimento, o uso prolongado de monitores pode levar ao desenvolvimento da miopia verdadeira e à necessidade de lentes corretivas.