O presidente Michel Temer disse em artigo publicado nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo que resistirá, após a prisão na semana de pessoas próximas no âmbito do chamado inquérito dos portos, que investiga se ele atuou para beneficiar a empresa Rodrimar com a edição de um decreto que alterou regras do setor portuário.
No artigo, Temer lembra o episódio em que o empresário Joesley Batista —do grupo J&F, controlador da JBS— gravou uma conversa com o presidente à noite no Palácio do Jaburu, e critica, sem citar diretamente os nomes, as prisões de seus amigos José Yunes, advogado e seu ex-assessor especial e do coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, além do ex-ministro Wagner Rossi, também ligado ao presidente, registra a Reuters.
“Para tentar obter provas levam à prisão, para depor, pessoas que estão à disposição para qualquer depoimento. As quais, aliás, já depuseram e, ao fazê-lo, desmentem a tentativa que setores pretendem praticar para incriminar o presidente da República”, escreveu Temer.
“É uma atitude incompatível com os postulados básicos do Estado Democrático de Direito. Porque hoje não se aplica mais a letra da lei, mas disputam-se espaços para saber quem vai ganhar. Quem perde é o País e, tanto quanto ele, as liberdades individuais. Hoje é o presidente da República, amanhã será outro – e outros”, acrescentou.