O ministério Público do Distrito Federal lembrou hoje (18) à tarde, que em 2016 já havia ajuizado ação de improbidade administrativa contra o ex-senador Luiz Estevão e a cúpula do sistema prisional da Papuda. A observação foi feita por conta da Operação Bastilha, deflagrada na tarde de domingo contra presos importantes, como o próprio empresário e os ex-ministros Geddel Vieira Lima (MDB) e José Dirceu (PT), que usufruem de mordomias no Centro de Detenção Provisória (CDP).
A investigação contra o ex-senador e empresário de Brasília, envolve o então subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe), Cláudio de Moura Magalhães; o coordenador-geral da Sesipe, João Helder Ramos Feitosa; e o diretor do CDP, Murilo José Juliano da Cunha. Luiz Estevão seria uma versão de Pablo Escobar, que mandou construir a própria penitenciária na Colômbia, de onde “fugiu” mais tarde.
Luiz Estevão, em conluio com gestores do Centro, determinou a uma arquiteta de seu grupo econômico a contratação de uma sociedade empresarial sem sede própria ou funcionários, com endereço falso, para executar a obra.
Nota do MPDF
O Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri/MPDFT) e a Polícia Civil do DF (PCDF) investigam a concessão de privilégios a presos com influência política e poder econômico no Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Complexo da Papuda. Na tarde deste domingo, 17 de julho, agentes da Divisão de Repressão a Facções Criminosas da PCDF cumpriram mandados de busca e apreensão no Bloco 5 do CDP. Foram apreendidos na cela do ex-senador Luiz Estêvão e do ex-ministro José Dirceu cinco pen drives, documentos, gêneros alimentícios e uma tesoura. Os agentes também levaram anotações encontradas na cela do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Durante a operação, chamou atenção a existência de diversos documentos de Luiz Estêvão na biblioteca da ala, que tornava o local mais parecido com um escritório pessoal do que com um local de uso comum dos presos.
O Nupri já havia ajuizado, em 2016, ação de improbidade administrativa contra o ex-senador e a cúpula do sistema prisional do DF à época: o então subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe), Cláudio de Moura Magalhães; o coordenador-geral da Sesipe, João Helder Ramos Feitosa; e o diretor do CDP, Murilo José Juliano da Cunha. Para o MPDFT, Luiz Estevão, em conluio com gestores do Centro, determinou a uma arquiteta de seu grupo econômico a contratação de uma sociedade empresarial sem sede própria ou funcionários, com endereço falso, para executar a obra. O processo (nº 2016.01.1.082042-0) está em curso na 1ª Vara de Fazenda Pública do DF.
As investigações sobre novas regalias iniciaram após denúncia feita ao MPDFT e as apreensões foram realizadas com autorização da Justiça.