Começou a contagem regressiva para a eleição presidencial neste domingo (01). Todos deram o melhor de si no encerramento da campanha eleitoral mexicana: 90 mil festejaram na Cidade do México o líder das pesquisas, o ex-prefeito Andrés Manuel López Obrador, do Movimento de Renovação Nacional (Morena). López Obrador anunciou duras penas para políticos corruptos e zero de aumento de impostos, assim como uma política econômica focada no mercado interno.
Seu adversário Ricardo Anaya, do conservador Partido da Ação Nacional (PAN) exibiu seu espírito de luta num comício em Guanajuato, afirmando: “Apesar dos infames ataques de nossos oponentes, estamos de pé, somos a única opção para o futuro.” Em Coahuila, no norte do país, José Antonio Meade, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), prometeu mais segurança, classificando López Obrador como uma “ameaça autoritária”.
Com López Obrador, pela primeira vez pode chegar ao palácio presidencial um candidato temido pela elite, que o compara ao populista de esquerda venezuelano Hugo Chávez. É a terceira vez que o político de 64 anos concorre ao cargo. Desta vez ele tem, nas pesquisas, entre 10 a 18 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, Ricardo Anaya.
O favorito do empresariado, Ricardo Anaya, conduziu uma campanha agressiva e cara, tem um programa bem estruturado e expôs nos debates as banalidades de López Obrador – tal como afirmar ser suficiente um bom exemplo para combater a corrupção.
No entanto, o ambicioso político de 39 anos não conseguiu chegar à liderança das pesquisas. Sua candidatura foi prejudicada por acusações de lavagem de dinheiro, por sua imagem de yuppie e de homem inescrupuloso, sedento de poder, além de disputas internas em sua coalizão. No entanto sua equipe de campanha ainda espera um milagre de última hora – e pelos 20% de indecisos.
Em terceiro lugar nas pesquisas está José Antonio Meade. Embora seja visto como um tecnocrata íntegro, o concorrente governista tem candidatura enfraquecida pelos escândalos de corrupção nos últimos anos da presidência de Enrique Peña Nieto, assim como pelas taxas de criminalidade e violência crescentes e por impopulares aumentos de impostos. (Da DW)