Candidatura Frejat à beira da implosão

A candidatura majoritária ao governo do Distrito Federal sempre foi um festival de conflitos. O próprio pré-candidato, Jofranj Frejat (PR), sugeriu há algum tempo que estava sofrendo pressões, mas que já tinha dito que “não venderia a alma ao diabo”. Mas parece que o diabo anda fazendo um estrago na coligação que pode implodir ainda no final de semana.

Frejat está a um passo de desistir da pré-candidatura. Ele mesmo afirmou isso e a luz amarela acendeu entre os aliados. Frejat não tem paciência para as pressões políticas de toda ordem, gênero e formas. Sendo líder das pesquisas eleitorais ao Palácio do Buriti, Frejat joga com seu nome para garantir sua posição.

O tom da crise vem sendo construído há algum tempo e parece que chegou no seu ápice. Frejat cancelou sua agenda política desse final de semana, segundo o blog Radar DF, ligado ao esquema político que dá apoio ao pré-candidato. O blog ouviu os líderes e mesmo com seu apoio explícito ao projeto, não deixou de noticiar o racha iminente.

As divisões políticas dos partidos no Distrito Federal já fizeram várias vítimas nos últimos dois meses. O deputado distrital Joe Valle (PDT) implodiu a própria candidatura, assim como Alírio Neto (PTB) abandonou a ideia de concorrer ao governo. Hoje, é pré-candidato a vice-governador na chapa de Eliana Pedrosa (PROS). E Tadeu Filippelli passou a ser apenas um articulador de bastidores, quando queria ser o protagonista.

No ninho tucano o ambiente também não é dos melhores. A chamada terceira via faz água. O deputado Izalci Lucas (PSDB) não conseguiu ainda garantir sua liderança como pré-candidato ao governo distrital. E de quebra há muita gente descontente com o senador Cristovam Buarque (PPS), que seria o articulador do grupo.

Para complicar, o senador Antônio Reguffe (Sem partido) não tem se mexido, seja para viabilizar essa frente de oposição ou mesmo para para ser um crítico à administração Rollemberg.

As divisões têm vários motivos. Muitos partidos saíram da base de sustentação do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) nos últimos três anos. Os interesses particulares se sobrepõe ao coletivo e os escândalos de corrupção da Lava Jato atingiram em cheio partidos como o PT (Agnelo Queiroz) e o MDB (Tadeu Filippelli), com respingos no PSD no Distrito Federal.

A pressão das direções nacionais por coligações fechadas e verticalizadas é outro ingrediente da crise. É o caso da ordem que impera no PTB do “general” Roberto Jefferson ou o poder central de Valdemar Costa Neto no PR, ou de Gilberto Kassab, no PSD, que fechou com Geraldo Alckmin (PSDB).

Há algum tempo que o desencontro de interesses da oposição a Rollemberg tem provocado uma sensação de que as eleições vão cair no colo do governador. Embora com alto índice de rejeição, Rollemberg está em segundo lugar nas pesquisas e no atual contexto, estaria garantido a sua presença no segundo turno das eleições.

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