Facebook – perdas e danos

 

As ações do gigante da tecnologia Facebook caíram cerca de 20% no índice Nasdaq. A queda foi uma reação de seu balanço trimestral mais recente, com receita e número de usuários que decepcionaram, ficando abaixo dos esperados pelos mercados.

Em um dia, a empresa perdeu cerca de US$ 119 bilhões em valor de mercado. O pregão de quinta em Wall Street se tornou, assim, o pior para o Facebook desde que o grupo entrou na Bolsa, há mais de seis anos.

Esta foi também a maior perda de valor de mercado já sofrida por uma empresa em um único dia. O recorde anterior ocorreu em 2000, quanto a Intel perdeu US$ 91 bilhões em valor em um dia.

Aqui no Brasil, a decisão do Facebook de excluir 196 páginas e 87 perfis integrantes de uma “rede de desinformação”, anunciada pela plataforma, gerou um debate quanto aos limites que cabem a uma empresa do setor.

Em entrevista à DW Brasil, Demócrito Reinaldo Filho, desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco e doutor em direito à privacidade na área digital, analisa a atuação da gigante americana e o que está previsto na legislação brasileira quanto à regulação de empresas controladoras de redes sociais.

Ex-presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Informática (IBDI), Reinaldo Filho afirma que o Facebook pode excluir contas que não cumpram as normas internas da plataforma.

“Querendo ou não, quando o Facebook remove contas, ele está fazendo um controle editorial, como qualquer veículo de mídia tradicional”, afirma. O especialista critica o Marco Civil da Internet, em vigor no Brasil desde 2014, que não atribui a redes sociais a responsabilidade pelo conteúdo publicado em suas plataformas.

O chefe financeiro do Facebook, David Wehner, frisou que a empresa prevê que na segunda metade do ano as cifras “continuem em desaceleração”.

O fundador e presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, lembrou que o forte investimento em segurança, as consequências do vazamento de informações pessoais e a difusão de notícias falsas “impactarão significativamente a rentabilidade”, acrescentando que “estamos começando a ver isso neste trimestre”. Ele possui cerca de de 17% das ações da empresa.

Após o recente episódio envolvendo o uso indevido de dados de pelo menos 87 milhões de usuários por meio de um aplicativo manipulado pela consultoria política Cambridge Analytica. Zuckerberg foi chamado para dar explicações no Senado americano e no Parlamento Europeu.

 

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