A ONG católica de ajuda ao desenvolvimento Misereor cobrou nesta terça-feira (29) esclarecimentos sobre a eventual corresponsabilidade de empresas alemãs na tragédia com a barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, que já custou a vida de mais de 65 pessoas.
O porta-voz de economia e direitos humanos da ONG, Armin Paasch, exigiu da certificadora TÜV Süd, que atestou a estabilidade da barragem, uma investigação independente do caso e uma eventual participação nas indenizações para as vítimas, informou a agência DW.
Paasch afirmou ainda que a indústria metalúrgica e automotiva alemã, na condição de importadora de matérias-primas, é corresponsável pelo respeito aos direitos humanos por parte de seus fornecedores no exterior, como a Vale. O porta-voz argumentou que a indústria alemã compra mais da metade de seu minério de ferro do Brasil.
“O caso evidencia, mais uma vez, a urgente necessidade de leis que cobrem dever de diligência ambiental e de direitos humanos das empresas, também na Alemanha”, afirmou Paasch.
Ele cobrou do governo alemão que coloque em prática a sua já anunciada intenção de obrigar as empresas alemãs a verificarem se suas redes de fornecedores no exterior respeitam os direitos humanos.