Venezuelanos rompem fronteira

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Milhares de venezuelanos cruzaram a ponte internacional Simón Bolívar, que conecta o estado de Táchira, na Venezuela, com a cidade colombiana de Cúcuta, após romperem nesta terça-feira (02) as barreiras montadas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB) por ordem do regime de Nicolás Maduro.

Os venezuelanos estavam retidos na fronteira porque a cheia do rio Táchira inundou os caminhos alternativos existentes para se chegar à Colômbia. Eles decidiram então escalar os contêineres colocados pelos agentes da GNB no meio da ponte internacional Simón Bolívar.

Oficialmente, o tráfego fronteiriço está suspenso desde 23 de fevereiro. Naquele dia, Maduro fechou a fronteira com a Colômbia para interromper o fornecimento de bens alimentares, impulsionado pelo líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Quatro dias depois, a GNB posicionou os contêineres na ponte.

No entanto, muitos venezuelanos continuaram indo para Cúcuta por caminhos alternativos ou cruzando o rio a nado para fazer compras ou trabalhar. Muitos retornam à Venezuela à noite. “A situação é muito difícil. Estamos com fome, sem eletricidade e sem água”, disse um venezuelano em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo.

As autoridades colombianas têm observado a situação na fronteira venezuelana com preocupação. Com o rompimento da barreira na ponte de pedestres, elas temem uma situação de convulsão social na região.

O diretor do departamento de migração colombiano, Christian Krüger Sarmiento, acusou o regime de Maduro e a GNB de promover a migração ilegal e de colocar em risco a vida dos refugiados com o bloqueio fronteiriço.

“Como tínhamos dito há quase um mês, a decisão do usurpador Maduro de bloquear as pontes com contêineres e restringir a passagem de pessoas só faz incentivar a irregularidade“, disse Sarmiento. “Se as pessoas estão com fome ou não recebem a medicação necessária, então não há nada que possa impedi-las.”

Sarmiento afirmou que “os venezuelanos se viram obrigados a se atirar aos caminhos alternativos para poder atravessar para a Colômbia e de volta ao seu país, onde não só são vítimas de subornos por parte da Guarda Nacional Bolivariana, mas agora, além disso, expõem sua vida às tormentosas águas do rio Táchira”.

“Maduro está brincando com a vida dos venezuelanos, e isso deve ser rejeitado pela comunidade internacional”, completou Sarmiento.

Em 15 de março, a polícia colombiana implementou medidas de controle para os migrantes que cruzam a fronteira pelas passagens ilegais. (Da DW)

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