A exoneração da comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Sheyla Sampaio, faz parte de um ajuste “que precisava ser feito” na área de segunda, segundo disse o governador Ibaneis Rocha (MDB). O governador confirma que havia problemas no relacionamento entre o comando da PM e o secretário de Segurança, o delegado da Polícia Federal Anderson Torres.
A exoneração já foi publicada na edição extra do Diário Oficial do DF desta terça-feira (05), assim como a do tenente-coronel PM Marcus Paulo Koboldt, que ocupava a chefia da Casa Militar.
É preciso um comando único, o do secretário de Segurança, disse o governador através do secretário de Comunicação do GDF Wellington Luiz Moraes. Segundo o governador, o fato desses cargos terem sido escolha pessoal dele e não do secretário de Segurança, “vinham prejudicando um melhor desempenho da área”.
Entre os temas discordantes entre o secretário Torres e a coronel Sheyla, era o Hospital de Segurança, que consome a metade do orçamento do Hospital de Base, que atende a toda a população. A PM não quer a desativação da unidade, mas o governo planeja em estender o hospital para as demais forças públicas, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e agentes prisionais.
As exonerações poderiam indicar também um redirecionamento na política de segurança pública. Sheyla estaria mais ligada a uma ala que é simpática às ideias do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
As novas escolhas para o comando da PM e para a chefia da Casa Militar poderiam indicar uma aproximação com os pensamentos do governador de São Paulo João Dória (PSDB). O alinhamento estaria dentro de um projeto eleitoral para os próximos quatro anos.
Antes mesmo de assumir o governo, Ibaneis queria substituir a Casa Militar por um Gabinete de Segurança Institucional. Houve grande pressão dos militares e um entrave legal. Por conta dessa ideia, os ex-deputados Alberto Fraga (DEM) e Laerte Bessa (PR) discutiram no plenário da Câmara em novembro do ano passado. Bessa já tinha sido anunciado como o chefe da GSI.