É inegável que a questão ambiental em geral, Amazônia em especial, entrou no centro do debate político nacional. O anunciado aumento das queimadas, o “dia que virou noite” em São Paulo e os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e lideranças europeias sintetizam o novo quadro. Agora vejamos o posicionamento da opinião pública.
Pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 29 e 30 de agosto últimos aponta que 57% dos brasileiros “concordam plenamente” que o interesse de outros países é legítimo, pois a Amazônia é importante para todo o planeta e corre riscos. Outros 19% “concordam em parte”. Do outro lado, 13% “discordam totalmente”, e 8% “discordam em parte”. Salta aos olhos a diferença de posicionamentos.
Além disso, 51% dos entrevistados avaliam como “ruim ou péssimo” o desempenho de Bolsonaro no combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia. 22% consideram a atuação do Planalto “regular” e 25% “bom ou ótimo”.
Por fim, entre os muitos números apresentados, destaca-se a percepção da população sobre aumento das queimadas. De acordo com o levantamento, 71% dos brasileiros consideram que as queimadas estão aumentando, enquanto apenas 5% acreditam que estejam diminuindo.
A avaliação (negativa) da população sobre a Amazônia explica em parte a queda da popularidade presidencial. De julho para cá, a reprovação ao governo Bolsonaro subiu cinco pontos percentuais, passando de 33% para 38%. A aprovação, por sua vez, caiu de 33% para 29% no mesmo período.
É evidente que a queda na popularidade presidencial não tem como única motivação a questão ambiental. Outras variáveis se somam para chegarmos a esse resultado. No entanto, a opinião pública deixou claro – o governo precisa rever suas ações na crise amazônica.