A indicação do subprocurador Augusto Aras para comandar a Procuradoria-Geral da República conseguiu desagradar a gregos e a troianos na política brasileira. O nome foi confirmado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas Aras terá que passar pela aprovação dos senadores da República.
O primeiro descontentamento acontece no âmbito da categoria dos procuradores, porque Bolsonaro não respeitou a lista tríplice apontada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) do Ministério Público Federal. A escolha do novo procurador-geral é feita desde 2003 respeitando os três mais votados pela categoria. Na lei não há uma obrigação para esta escolha, mas já é considerada uma tradição.
A segunda crítica está na cozinha do presidente da República. O professor da UnB Augusto Aras não agradou a Sérgio Moro. O ministro da Justiça e da Segurança Pública gostaria de outro nome. Há uma escaramuça entre Bolsonaro e Moro e as diferenças estão sendo alargadas à medida que se discute mais sobre as eleições presidenciais de 2020.
Há também críticas de apoiadores do presidente Bolsonaro, já que Aras estaria alinhado com temas mais à esquerda. Ele foi cogitado no governo de Dilma Rousseff (PT) para assumir uma das vagas no Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro diz que Augusto Aras defende questões como família e não é um “xiita” na questão ambiental. Bolsonaro disse que é um bom casamento e disse que o subprocurador está ao lado do Brasil.