As eleições deste domingo para a Assembleia Municipal (Duma) de Moscou ganharam uma importância inédita depois de terem estado no centro dos maiores protestos populares contra o Kremlin nos últimos anos.
A última coisa que se pode chamar às eleições para o órgão municipal da capital é entusiasmante. Em 2014, a taxa de participação foi de apenas 21%. Na Rússia há muito que as eleições deixaram de ser competitivas para se resumirem a rituais periódicos de consolidação do poder do círculo próximo do Presidente, Vladimir Putin. E quando em causa está um órgão pouco influente e quase sem poderes, a abstenção é o grande vencedor.
Mas este domingo, no entanto, é provável que o movimento em torno das mesas de voto seja maior. As eleições deste ano decorrem depois de um verão de manifestações que deixaram o Kremlin inquieto. Como sinal de que os ânimos estão exaltados, na sexta-feira, um homem de cara tapada tentou atacar com um taser a presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova.
Tudo começou em Julho, depois de vários candidatos alinhados com a oposição terem sido excluídos por não terem, segundo as autoridades eleitorais, recolhido o número mínimo de assinaturas para poderem concorrer.