Texto de Gil Maranhão
O cacique Raoni Metuktire, 89 anos, causou reboliço nesta quarta-feira (25) ao aparecer no Congresso Nacional, um dia após ser duramente criticado pelo presidente da Brasil na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.
A aparição do cacique caiapó foi em um ato de desagravo promovido por lideranças de vários partidos na Câmara dos Deputados, e atraiu parlamentares, representantes de entidades ligadas aos direitos humanos e causa indígena, profissionais da Imprensa, funcionário do Parlamento brasileiro.
Raoni é conhecido internacionalmente pela sua luta em defesa dos direitos dos povos indígenas. Há décadas, é tido como um dos líderes indígenas de maior influência no exterior. Em maio deste ano, ele fez um giro a vários países em busca de apoio para a defesa da Amazônia. Esteve com o presidente da França, Emmanuel Macron, com o papa Francisco e outras autoridades mundiais, e ainda passou pelo Festival de Cannes. No discurso da ONU, o presidente do Brasil desqualificou sua luta e história, dizendo que ele “não representa os índios brasileiros”.
O cacique também foi tema, em 1978, do documentário ‘Raoni’, indicado ao Oscar na categoria, em 1979. Ele nasceu no estado brasileiro de Mato Grosso, na vila Krajmopyjakare (hoje, chamada Kapôt). É filho do líder Umoro, do ramo dos caiapós conhecido como metuquitire. Desde os 15 anos instalou seu famoso disco de madeira pintado de forma cerimonial e portado sobre o lábio inferior.