O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal, investiga sob sigilo a direção executiva da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap). As investigações começaram em agosto passado.
A denúncia por supostos irregularidades administrativas, como desvios de recursos, falsidade ideológica e pagamento de um “mensalão” envolve todos os diretores da Cobap. O Gaeco poderá instaurar um inquérito civil e optar por um processo penal para responsabilização criminal.
“Frise-se que tal fato não é novo, pois é notório entre as entidades, que nem todos os diretores cumprem com suas funções estatutárias, mas recebem o “mensalão” regularmente. Agora, em período eleitoral, a busca por cargos por conta do “mensalão” salta aos olhos”, afirma o documento entregue aos promotores. As eleições para a direção da Cobap serão realizadas no dia 25 de outubro, durante um congresso em Gramado, no Rio Grande do Sul.
A denúncia de mais de 20 páginas apresentada pela Federação dos Aposentados dos Distrito Federal está sendo analisada em conjunto pelos promotores públicos, segundo informou ontem a assessoria de Imprensa do órgão. O caso foi recebido pela promotora Carolina Soares, mas o trabalho é do Gaeco. Pelo que se informou, as investigações correm sob sigilo e por isso não é possível publicar mais detalhes.
Além de denunciar a “perseguição” com uma tentativa de expulsão do sistema de entidades, a Federação dos Aposentados afirma no documento que há uma tentativa de ameaças pela direção da Cobab. Cita os diretores da confederação, entre os quais, o presidente Warley Martins Gonçalves. Há relato de áudios gravados em reuniões que supostamente confirmam uma série de irregularidades e ilegalidades que contrariam, especialmente, o estatuto da entidade nacional.
O documento afirma que foram encaminhados uma série de pedidos de esclarecimentos “nunca respondidos” e “optou por reprimir e sutilmente ameaçar a FAP/DF e seu presidente (João Florêncio Pimenta)”.