A libertação de Lula é um dos maiores objetivos do Foro de São Paulo, porque seus membros acreditam que ex-presidente poderá aglutinar as massas no Brasil para criar um clima semelhante ao do Chile e facilitar o impeachment do presidente.
Outro aspecto a se considerar são as eleições municipais, ano que vem. Lula e outras lideranças petistas, presas nas investigações da Operação Lava Jato, são importantes no planejamento do pleito. Com o caixa em baixa, a esquerda precisa recuperar prefeituras importantes que foram perdidas e garantir que as do Nordeste continuem com seus partidos.
O Brasil é um país estratégico para o Foro de São Paulo. Foi daqui que saiu o dinheiro que durante muitos anos financiou obras em Cuba, na Venezuela e na Bolívia. Com o dinheiro brasileiro montou-se, também, uma estrutura eleitoreira eficaz, que incluía institutos de pesquisa, apuração fraudulenta, cumplicidade de autoridades.
Para o Foro de São Paulo, toda a questão é ver seu projeto global desmoronar por perder um país tão estratégico como o Brasil na América Latina. O problema é financeiro, mas a política age sobre ele. Não bastasse ter Trump nos EUA e líderes como Salvini na Europa, Bolsonaro no Brasil incomoda muito e o sistema acha que Lula é uma espécie de teriaga. Mas não é. Terão suas expectativas frustradas.