Texto de Ludmila Souza
A B3 (bolsa de valores de São Paulo) anunciou hoje (2) um novo modelo de tarifação do mercado de ações para atrair o pequeno investidor de varejo. A taxa mensal de manutenção de conta, que hoje chega a cerca de R$ 110 ao ano, será zerada permitindo que as corretoras ampliem a base de clientes pessoa física. A tarifa cobrada na negociação de ações na B3 também cai cerca de 10% para as pessoas físicas em geral.
Além disso, clientes que tiverem até R$ 20 mil de saldo em custódia numa mesma corretora serão isentos das demais taxas de manutenção de conta, como as cobranças sobre o pagamento de proventos e valor em custódia. Esse conjunto de medidas atinge cerca de 65% da base de investidores pessoa física que hoje têm saldo em contas de renda variável na B3.
A medida representa uma redução de aproximadamente R$ 250 milhões nas tarifas pagas pelos clientes da B3 no ano considerando os volumes negociados nos últimos 12 meses.
“A B3 reconhece seu papel central no desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro. Isso envolve oferecer novos produtos, melhorar serviços prestados e estimular mais negociação e expansão da base clientes por meio de mecanismos de preços e incentivos. É isso que estamos fazendo hoje. Acreditamos que esta nova estrutura de tarifação cumpre esses objetivos”, disse o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
Em 2019, os investidores de varejo foram um dos destaques no crescimento do mercado de capitais brasileiro. O número de contas ativas na depositária da B3 saltou de 643 mil em janeiro de 2018 para 1,5 milhão de investidores em outubro de 2019. Cerca de um terço dessas contas tem até R$5 mil investidos em renda variável.
(Ludmila Souza trabalha na EBC)