Pela terceira vez consecutiva os caminhoneiros e os representantes dos empresários não chegaram a um acordo sobre o tabelamento do frete. A reunião foi realizada hoje no Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do ministro Luís Fux, que relata três ações contra o tabelamento. Uma nova reunião ficou marcada para o dia 27 de abril.
O ministro disse que “por pouco” não houve um acordo. “Surgiram novas propostas e, por muito pouco, não se chegou a uma negociação. Só que essa proposta era tão nova que eles pediram uma nova rodada de negociação para amadurecer esses novos números que surgiram”.
Os representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disseram que o tabelamento é uma “intervenção descabida” e que a livre concorrência pressupõe a livre negociação. Já os representantes dos caminhoneiros disseram que o tabelamento é necessário para manter o emprego dos motoristas autônomos e que o atravessador fica com a maior parte da fatia do frete. Além disso, tem o custo operacional.
Segundo Fux, foi sugerido um valor médio que perduraria durante determinado lapso de tempo para depois se tornar um valor de referência. “O próprio mercado se regularia. Eu fiz questão de indagar se eles preferiam que o feito fosse imediatamente pautado, mas eles preferiram uma nova rodada de negociações”.
O consenso é que os os dois lados reclamam da falta de investimentos no transporte. De acordo com dados da ONG Contas Abertas, o orçamento total do Ministério da Infraestrutura para 2020 é de R$ 22,1 bilhões. Desse total, R$ 7,7 bilhões são para reserva de contingência, R$ 6,5 bilhões para pagamento de pessoal e despesas administrativas, e apenas R$ 7,9 bilhões para investimentos em rodovias, portos, hidrovias, aeroportos e ferrovias.