Governo precisa agir mas rápido para evitar agravamento da crise

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Embora o presidente Jair Bolsonaro pareça não levar a sério os riscos do coronavírus para a saúde pública, ao participar de um ato contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) no meio de uma pandemia, os efeitos sobre a economia brasileira podem ser mais rápidos e maiores do que a equipe econômica esperava.  Nesta segunda-feira (16.03), o mercado financeiro reduziu para. 1,68% a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto),  que havia recuado para 1,99% na semana passada. Novas revisões para baixo devem ser feitas nesta semana.

A estimativa oficial do Ministério da Economia ainda é um crescimento de 2,1%, mas esse número representa muita mais a vontade da equipe liderada por Paulo Guedes do que uma previsão. Guedes trabalha para tentar reverter as expectativas negativas, que acompanham a tendência internacional de um menor crescimento da economia mundial neste ano devido, entre outros problemas, à crise do coronavírus.

Desde sexta-feira da semana passada, o governo anunciou que vai socorrer alguns setores, como o transporte aéreo, e liberar saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Novas medidas foram anunciadas nesta segunda-feira pelo Banco Central, que flexibilizou regras para injetar mais recursos na economia e facilitar a renegociação de crédito de famílias e empresas. Uma das medidas eleva em R$ 56 bilhões o volume de recursos que os bancos têm para empresar e a outra dispensa as instituições financeiras de algumas responsabilidades quanto ao risco em operações de crédito realizadas nos próximos seis meses.

Com isso, o CMN (Conselho Monetário Nacional) busca facilitar a renegociação de crédito de empresas e famílias. No exterior, Estados Unidos e outros países também estão adotando medidas para minimizar os impactos  econômicos.

Para complicar ainda mais esse cenário, em que o novo coravírus ainda se dissemina tão rápido quanto as fakenews na internet, o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, onde diversas propostas econômicas enviadas pelo governo estão sendo analisadas, está cada vez mais tensionado.

Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) fala em esquecer divergências e superar os atritos, Bolsonaro dá sinais de tensionar ainda mais esse relacionamento. Os próximos passos do governo serão fundamentais, tanto para reduzir os efeitos da atual crise na economia brasileira quanto para manter sob controle a pandemia aqui dentro.

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