Guedes anuncia medidas, mas mercado está desconfiado

Ministro Paulo Guedes entrevista
Paulo Guedes é o atual ministro da Economia do Brasil/Arquivo
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A Ibovespa fechou em queda de mais de 10% nesta segunda-feira, renovando mínimas desde 2018, em nova sessão com circuit breaker, com as últimas respostas de autoridades aos efeitos da pandemia do novo coronavírus trazendo aflição de que a desaceleração nas economias será maior do que se vem projetando.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou há pouco que o governo pretende injetar até R$ 147,3 bilhões na economia nos próximos três meses para amenizar o impacto do coronavírus sobre a economia e o sistema de saúde. Segundo o ministro, a maior parte dos recursos vem de remanejamentos, de linhas de crédito e de antecipações de gastos, sem comprometer o espaço fiscal no Orçamento.

O Misto Brasília transmitiu ao vivo a entrevista com o ministro

Conforme Guedes, até R$ 83,4 bilhões será aplicado em ações para a população mais vulnerável, até R$ 59,4 bilhões para a manutenção de empregos e pelo menos R$ 4,5 bilhões para o combate direto à pandemia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 13,92%, a 71.168,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 52,87 bilhões, influenciado ainda pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, que movimentou R$ 21,36 bilhões.

A equipe do Credit Suisse observou que o mercado parece estar mais cético e “preocupado que essas medidas não serão suficientes para conter o real impacto econômico causado pelo coronavírus, o que pode indicar o início de uma semana ainda bem volátil”, conforme nota a clientes da corretora do banco, segundo a Reuters.

As propostas do ministro – O ministro definiu como prioritárias três das 19 propostas em tramitação no Congresso Nacional que constam de ofício enviado na semana passada aos presidentes da Câmara e do Senado. A primeira é a Proposta de Emenda à Constituição do Pacto Federativo, que descentraliza recursos da União para estados e municípios. A segunda é a aprovação do projeto de lei que autoriza a privatização de Eletrobras, que renderá R$ 16 bilhões ao governo neste ano.

A última proposta considerada prioritária por Guedes é o Plano de Equilíbrio Fiscal, programa de socorro a estados pouco endividados, mas com dificuldades financeiras por causa do comprometimento dos orçamentos locais com servidores.

O ministro citou ainda medidas que já entraram em vigor, como a liberação de R$ 135 bilhões nos compulsórios – parcela que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central (BC) – e as decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN) para apoiar a renegociação de dívidas das empresas e das famílias. (Das agências Reuters e Brasil)

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