Da costela do Brasil fostes formada. Pelo mão do Criador e de suas humildes, mas forte, criaturas vindas do Nordeste, das Minas Gerais e das bandas do Goiás.
Do meio do nada, de um planalto seco, barrento e esquecido, tu surgistes. Da visão de missionários. Do sonho de um mineiro. Dos rabiscos de um arquiteto. Do plano-piloto de um urbanista e com um ambiente concedido detalhadamente por um paisagista.
Artigo – 21 de abril de 2020 – #COMPARTILHE as notícias do Misto Brasília
Fostes erguida em curvas, moderna. Mais pro horizonte, que vertical. Inspirada no pequeno pássaro Íbis – e às vezes confundida com um avião.
E assim tu vives até hoje. No meio do Cerrado, que brota flores magnificas que embelezam teu chão; frutas exóticas que caíram no gosto popular; pássaros garbosos que se amam por entre tuas quadras arborizadas como o carcará, curicacas, corujinhas, além do bem-te-vi que acorda tuas manhãs.
Tudo isso debaixo de um céu que tanto azul foi confundido com o mar, e que sempre transforma teus fins de tarde numa grande e estonteante tela divina.
Artigo Candando, ou não, vá à janela aplaudir Brasília – #COMPARTILHE nossas informações
Ah, minha linda senhora, idosa e ainda moça no meio desta República. Tão jovem e já sofrida; delicada e experiente. Dona de regras, leis e poder.
Teus filhos naturais e os adotivos como eu, celebram da janela, cada um no seu quadrado, teus 60 tons de vida.
(Gil Maranhão é jornalista com atuação em Brasília)