Suplente que denunciou Flávio Bolsonaro pede proteção policial

Empresário Paulo Marinho
O suplente de senador e empresário Paulo Marinho durante entrevista à CNT que vai ao ar hoje/Reprodução vídeo
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O primeiro suplente de senador na chapa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o empresário Paulo Marinho, informou há pouco que pediu proteção policial para ele e para a família. O pedido foi feito ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

O empresário que deu apoio financeiro na campanha do presidente Jair Bolsonaro fez hoje acusações contra Flávio Bolsonaro, segundo as quais o filho do presidente vazou e atrasou operações da Polícia Federal.

“Em função de novas circunstâncias surgidas nas últimas horas, solicitei ao governador do RJ proteção policial à minha família e, após criteriosa análise das autoridades envolvidas, fomos atendidos. Seguiremos firmes lutando pela verdade e pelo Brasil. Obrigado”.

Num post feito esta tarde no Twitter, Paulo Marinho disse que agradece “as manifestações de apoio que tenho recebido neste momento em que, após as denúncias do Min. Sérgio Moro, considerei a necessidade de dar publicidade às informações que podem colaborar com as investigações sobre a tentativa de interferência na PF”.

Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou neste domingo que vai analisar se pede a inclusão no inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal as acusações feitas pelo empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro, de suposto vazamento e atraso de uma operação pela PF.

Marinho disse, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal Folha de São Paulo, ter ouvido do filho do presidente informações de que um delegado da Polícia Federal antecipou-lhe que o assessor dele à época da Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro Fabrício Queiroz seria alvo de uma operação, conforme a publicação.

“O procurador-geral da República (Augusto Aras) analisará o relato junto com a equipe de procuradores que atua em seu gabinete em matéria penal”, informou a assessoria de imprensa da PGR.

Conforme o relato de Marinho à Folha, o delegado que teria vazado a informação —que estaria lotado na Superintendência da PF no Rio de Janeiro— tinha avisado a Flávio sobre a operação envolvendo Queiroz entre o primeiro e segundo turnos da eleição de 2018.

Os policiais teriam também segurado a operação para que ela não fosse realizada antes do segundo turno, o que poderia atrapalhar a candidatura do pai do senador, então candidato a presidente Jair Bolsonaro, segundo o relato de Marinho à Folha, citando o que teria ouvido de Flávio. Àquela altura, o filho mais velho de Bolsonaro já tinha sido eleito senador.

Segundo Marinho, Flávio teria comunicado ao pai o episódio e ambos combinaram demitir Queiroz do cargo de assessor na Assembleia fluminense. A operação Furna da Onça, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio e que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e de desvio de verba de gabinetes da Alerj, foi deflagrada no dia 8 de novembro e teve Queiroz como um dos alvos.

O senador Flavio Bolsonaro disse em nota neste domingo que as “estórias” relatadas por Marinho “não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos”.

“Preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão. Trocou a família Bolsonaro por (Doria e Witzel, parece ter sido tomado pela ambição. É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado”, disse, fazendo referência aos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e Wilson Witzel (PSC), que são adversários do presidente.

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