Cinco entidades patronais do Distrito Federal assinaram esta tarde uma nota conjunta em que condenam as manifestações bolsonaristas de ontem (25), em Brasília. Os empresários temem que aja uma explosão de novos casos de coronavírus que devem impactar nas atividades econômicas. Até ao meio dia de hoje, o DF registrava 6.724 infectados, 86 a mais nas últimas 24 horas. O número de mortes, somente de residentes na capital, é de 98, mas 104 pessoas morreram nos hospitais locais, incluindo moradores do Entorno.
No ato de domingo, muita gente não usou máscaras de proteção, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que não tinha como multar, porque poderia criar mais tumulto e que o mais importante era a Polícia Militar manter a segurança. Ibaneis assinou um decreto há duas semanas que estabelece multa de R$ 2 mil para quem estiver sem a peça em público.
Nesta semana, o comércio começa a ser reaberto, mas se o governo perder o controle sobre a pandemia, as atividades econômicas voltam a ser suspensas.
Comércio do DF tem novos horas a partir desta semana – #COMPARTILHE o Misto Brasília
Na nota de sete parágrafos, as entidades afirmam que “a iniciativa privada espera que o preço da liberdade não seja o risco da vida humana”. “A realização de manifestações civis com uma grande quantidade de pessoas, no entanto, vai na contramão desse esforço e prejudica toda sociedade brasiliense”.
Shoppings serão reabertos na quarta-feira a partir das 13 horas – #COMPARTILHE as nossas informações
O manifesto é assinado conjuntamente pela Fecomércio-DF, Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Sistema Fibra, Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno (Faci-DF) e Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (Fenatac DF).
Veja a nota chamada de “Saúde e liberdade”
A legislação rigorosa sancionada pelo governador Ibaneis Rocha para evitar aglomerações e a circulação desnecessária da população, assim como a abertura lenta e gradativa do comércio e de toda a economia, começa a evitar mais vítimas, falências, desemprego e falta de recursos para o governo do Distrito Federal.
É louvável o cuidado com a recuperação do comércio, mas a iniciativa privada espera que o preço da liberdade não seja o risco da vida humana. O setor empresarial aceita as condições de cautela da abertura do comércio, indústrias e serviços e garante ter empenho com de proteger lojas e ambientes de trabalho com higienização química e combate às aglomerações.
O povo do Distrito Federal está surpreso pelas desobediências civis, que ajudam a pandemia. A grande concentração de pessoas, sem proteção sanitária, como por exemplo nas manifestações ocorridas na Esplanada dos Ministérios, pode ser razão para uma explosão de contágios com o vírus Covid-19.
As maiores vítimas serão os mais vulneráveis. A concentração de pessoas, a maioria das cidades satélites, planta a semente do contágio da pandemia.
Brasília assistiu a um evento em apoio ao governo federal, onde houve desrespeito à legislação do GDF, quanto ao uso obrigatório de máscaras, contato humano com as mãos e estímulo a aglomerações.
A iniciativa privada jamais será cúmplice do estímulo ao descumprimento da lei e aos riscos de contaminação, sobretudo da população desprotegida. Caso a pandemia se alastre por todas as cidades do Distrito Federal, será inevitável alterar o ritmo da abertura comercial.
Os empresários serão os primeiros fiscais da obediência civil. É um absurdo estimular novas mortes e permitir a volta do fechamento da economia. Iniciativa privada do Distrito Federal defende a liberdade do comércio, mas acredita que nenhum remédio deve se transformar em veneno.