O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma denúncia contra o ex-deputado distrital, Cristiano Araújo (PSD). A Procuradoria Geral da República (PGR) alega que o empresário teria participação em esquema de “rachadinha” – desvio do salário de funcionário enquanto cumpria mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A “rachadinha” funciona da seguinte maneira: se o funcionário recebeu R$ 20 mil, por exemplo, repassa R$ 10 mil para o parlamentar.
Cristiano e outros deputados como a deputada Iracema Portella (PP-PI), são os acusados de peculato e associação criminosa. Segundo a acusação os criminosos desviaram R$ 241.611,70 dos salários de colaboradores do gabinete dele entre 7 de março de 2017 e 28 de junho de 2018. O ex-deputado já foi condenado em um outro processo, junto com o ex-senador Gim Argelo.
A denúncia da PGR foi realizada em 8 de junho ao STF, mas somente nesta semana o sigilo do inquérito na Suprema Corte foi quebrado, o que deu acesso à informação. Com isso, o ministro Ricardo Lewandowski liberou o encaminhamento do inquérito ao Ministério Público Federal no DF para apurar a possível participação de mais comissionados no esquema.
A rachadinha é um esquema relativamente comum no Parlamento brasileiro. É por essa prática que o ex-senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) está sendo investigado, junto com o seu ex-assessor Fabrício Queiroz.