Texto de Renato Candemil
Diz um antigo ditado que “o errado é errado mesmo que todos estejam fazendo e o certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo”.
Estamos vivendo tempos nunca vividos, por conta dessa pandemia e seu invisível vírus, e mesmo assim, o ser humano ainda continua e em proporções gigantescas a disseminar as já conhecidas “Fakenews”, nome atualizado e cibernético para pura e simplesmente dar uma nova roupagem a conhecida e antiga mentira.
A mentira sempre fez parte da história humana, e nem preciso entrar no aspecto bíblico de Adão, Eva e a serpente. Há os que pensam que a mentira pode ser exercida desde que com boas intenções, e até Platão já na antiga República afirmava que a mentira em determinadas situações poderia ser útil.
A psicologia e a filosofia talvez expliquem com mais profundidade a força que a mentira desempenha na formação histórica do ser humano, mas, no entanto, a reflexão que devemos fazer é quanto aos limites em que podemos exercê-la, se é que podemos exercê-la de alguma forma e em algum limite. É de cristalina clareza que nossos valores morais e éticos devam ser exercidos e esculpidos com base no exercício diário e constante da prática da verdade.
Em meu livro “Uma Jornada em Busca da Verdade Espiritual” (2017- Editora Insular) escrevi que devemos entender que para praticar o bem não devemos praticar a mentira, pois ela enfraquece o ser humano. Não fomos criados para viver da mentira e principalmente na mentira. A mentira nos adoece, nos tira as energias, nos enfraquece.
Dito isso, a questão a ser pensada é como podemos reconstruir uma Nação, no momento seguinte pós pandemia. E aqui, como exercício de imaginação conceituamos Nação como sendo apenas o conjunto de pessoas, de um povo vivendo sobre o mesmo conjunto de características, sejam étnicas, hábitos e idiomas.
Como podemos imaginar uma Nação plenamente desenvolvida nos aspectos econômicos, sociais e principalmente de crescimento espiritual do seu povo, com uma plena consciência nacional, sem o exercício diário da prática da verdade?
Será que praticando a mentira nos índices atualmente exercidos alcançaremos um objetivo tão valoroso, qual seja, criarmos por fim uma sociedade mais justa, igualitária e mais humana, com paz, amor e fraternidade mútua?
O padre Antônio Vieira lá pelos idos de 1600 em uma de suas missas, por terras brasileiras, já pregava que “A verdade é filha da justiça, porque dá a cada um o que é seu, e a mentira ou tira o que é seu, ou lhe dá o que não é seu”. Simples assim!
Uma nação verdadeiramente forte sobre todos os aspectos citados acima, deve ser construída e reconstruída sobre valores éticos e morais onde a mentira não ocupe espaço algum, muito menos para invalidar a relação democrática entre os governados e seus governantes. E isso se aplica tanto na gestão pública quanto na gestão privada, tanto no âmbito social como no familiar. Uma Nação é formada por todos os seus cidadãos, sejam eles, ocupantes de cargos públicos ou não.
E concluo, a prática do bem deve estar diretamente associada à prática da verdade, e por consequência essa verdade deve ser plenamente exercida no cumprimento de nossa missão. É com a prática da verdade que conseguiremos exercer o amor fraterno, e por consequência estaremos a contribuir na construção de um mundo melhor, para todos, de uma Nação efetivamente justa e harmoniosa.
Pratique a verdade!
Boa Reflexão!