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Bolsonarismo resiliente

Jair Bolsonaro a cavalo

Bolsonaro imita Vladimir Putin (Rússia) e Kim Jon-un (Coreia do Norte) e cavalga numa das manifestações realizados aos domingo/Arquivo/Reprodução vídeo

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Texto de André Pereira César

O apoio de parcela não desprezível da sociedade ao presidente Jair Bolsonaro segue estável, apesar das muitas notícias ruins em diversas frentes. A mais recente pesquisa XP/Ipespe confirma esse quadro.

De acordo com o levantamento, realizado nacionalmente entre os dias 13 e 15 de julho, 30% dos brasileiros consideram o governo “bom” ou “ótimo”, uma oscilação positiva de dois pontos percentuais em relação à pesquisa de junho. Por outro lado, a avaliação “ruim” ou “péssimo” caiu três pontos no mesmo período, passando de 48% para 45%.

Mesmo o avanço da pandemia no país, com o número de infectados e mortos crescendo de maneira exponencial, parece capaz de abalar a base de apoio ao governo. Ao que tudo indica, o discurso e a ação do presidente caem bem ao gosto do eleitorado bolsonarista, que não dá ouvidos às críticas de incompetência, fisiologismo e demais feitas a Bolsonaro.

Mais ainda, somado ao apoio recém-conquistado do Centrão, o suporte popular torna-se uma sólida barreira contra um eventual processo de impeachment. O presidente e seus aliados sabem disso e utilizam-se dessa realidade para fazer avançar a estratégia de ataque às instituições e desqualificação dos adversários. Esses últimos, por sua vez, não conseguiram até agora encaixar respostas eficazes contra o atual titular do Planalto.

Nem mesmo a prisão do ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, em 18 de junho, produziu algum efeito sobre o quadro atual. Por sinal, o evento, que ao primeiro momento pareceu uma bomba, aos poucos saiu dos holofotes e hoje está restrito a um pequeno grupo de formadores de opinião nas páginas políticas da grande imprensa. Melhor para Bolsonaro.

Enfim, a continuar esse cenário, o presidente não mudará os rumos de sua administração. As eleições municipais, que serão realizadas no final do ano, serão o grande teste para Bolsonaro. Caso a oposição não conquiste maior espaço nos municípios (o que hoje parece plausível), o sinal estará dado – o titular do Planalto poderá seguir em frente, pois o apoio popular estará garantido. 2022 está logo ali.

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