O teste utilizado para diagnóstico laboratorial à Covid-19 é a pesquisa molecular de SARS-CoV-2 por RT-PCR (reverse transcriptase – polymerase chain reaction), pesquisa do ácido nucleico com uma reação de PCR em tempo real. Os testes podem ser classificados quanto ao componente biológico detetado: testes de biologia molecular, que detetam o RNA dos vírus, testes de antigênio, que detetam proteínas do vírus, e testes serológicos, que detectam anticorpos produzidos pelo organismo como resposta à infeção pelo novo coronavírus.
Os dois primeiros são realizados em amostras do trato respiratório superior e/ou inferior, enquanto os testes serológicos utilizam soro, sangue total ou plasma.
Os testes distinguem-se também pela sua automatização, sendo realizados em equipamentos laboratoriais de análise (testes automatizados) ou em dispositivos para diagnóstico in vitro, com baixa complexidade de execução técnica, permitindo a obtenção dos resultados em poucos minutos (testes rápidos), informa uma reportagem do Diário de Notícias, de Portugal.
Entre os aspetos que condicionam o resultado laboratorial está o tipo de amostra biológica, a qualidade da colheita e a dinâmica da carga viral. “Os estudos publicados até à data mostram que a probabilidade de um teste positivo decresce com o número de dias após o início dos sintomas”. No caso dos testes rápidos, realça-se que “não podem constituir um critério único na avaliação do estado do doente”, devendo ser interpretados em conjunto com outros dados clínicos e/ou laboratoriais.
Desde a sua entrada no laboratório, uma amostra leva, habitualmente, cerca de cinco horas até se obter um resultado. No entanto, neste momento são processadas e analisadas centenas de amostras por dia, o que pode fazer que leve mais algum tempo até se obter os resultados. A generalidade dos laboratórios dá os resultados em 24 a 48 horas, embora salvaguarde que o tempo de espera pode ir até às 72 horas.
Em diversos hospitais portugueses, públicos e privados, estão disponíveis testes rápidos que oferecem resultados em 40 a 90 minutos, que são usados em situações excecionais como cirurgias, partos ou internamentos. Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, o teste utilizado para diagnóstico laboratorial é a pesquisa de ácido nucleico de SARS-CoV-2 por RT-PCR.
Os testes serológicos identificam apenas a resposta de anticorpos ao vírus, mas não o próprio vírus, o que significa que é uma resposta indireta da presença do vírus. A presença de imunoglobulinas (anticorpos) da classe IgG e IgM detetadas neste tipo de diagnóstico imunológico não pode ser utilizada em diagnóstico em doentes em fase aguda, uma vez que a presença destes anticorpos só começa a ser detetável após cerca de sete a dez dias após o início de sintomas.
Razão pela qual não é o teste indicado para a utilização em diagnóstico, já que poderia dar resultados negativos mesmo que o indivíduo já estivesse em fase aguda da doença.
Até ao momento, os testes serológicos são utilizados sobretudo para estudos de imunidade, para verificar se a pessoa já teve ou não contacto com o vírus. Apesar da sua limitada utilidade clínica, estes testes podem ser utilizados em estudos epidemiológicos populacionais (de seroprevalência) e de investigação. A grande desvantagem destes testes está associada à baixa sensibilidade e especificidade dos mesmos, que pode originar resultados falsos positivos e falsos negativos.