Texto de Gilmar Corrêa
A Covid-19 está entre os brasileiros há pouco mais de quatro meses. É um companheiro indesejável que já levou à morte milhares de pacientes. Outros milhares ficarão infectados por mais alguns meses, ou nos próximos anos, até que uma vacina seja descoberta e disponibilizada para todos.
Cálculos matemáticos feitos por cientistas da Universidade de Brasília (UnB), indicam que somente no Distrito Federal, pelo menos 2,5 mil pessoas podem morrer até o final do ano por conta da doença.
Os impactos econômicos, pessoais e interpessoais são imensos. Centenas de pessoas já falaram sobre essas questões e mais outra centena analisará qual o impacto e a profundidade dessa pandemia em diferentes ramos e na nossa vida pessoal. Há quem diga que a Humanidade pode emergir dessa crise bem mais mansa e compreensiva. Outros, não.
A pandemia, portanto, será assunto principal dos noticiários e das conversas por um longo tempo.
A vida continua apesar dos pesares. Nossa sobrevivência é contada agora em dias ou em horas e ninguém se atreve em estabelecer uma previsão dos novos acontecimentos. O torcida – de verdade – é que tudo isso, esse pesadelo, passe bem rápido.
Embora os desafios sejam enormes no presente e no futuro, é de impactar o bom senso o nível das discussões políticas imediatistas e eleitoreiras. Quer um exemplo? Estamos há mais de dois anos das eleições presidenciais, mas pesquisas já estão sendo divulgadas em torno da suposta corrida ao Palácio do Planalto. A quem interessa essa discussão? Naturalmente não é um assunto que a maioria dos brasileiros deseja discutir. Há outros, muitos outros.
As eleições municipais estão a três meses de serem realizadas. Esse, sim, deveria ser pontual e interessante.
O debate de assuntos municipais realmente importantes, infelizmente, estão travadas. O clima eleitoral que se desenha num futuro próximo é da mesmice. Já é perceptível os ataques entre pré-candidatos e da baixaria que se tornou natural no campo político-eleitoral.
Estamos contaminados pelas mentiras, onde não há terreno fértil para o debate sadio. Mesmo diante de uma situação de catástrofe, há pouco espaço para um entendimento mais racional.
A crise da pandemia, além de mostrar que temos mais pobres e miseráveis que as estatísticas apresentam, revelou também uma grande pobreza de princípios.
E ainda tem gente que insiste num “novo normal”.