O deputado distrital Chico Vigilante (PT) definiu como “mexerico” as manobras políticas que adiam a criação e instalação da CPI da Pandemia. Hoje, mais uma vez, o assunto que seria tratado pelas lideranças não aconteceu. Por uma estratégia da bancada governista, não houve quórum.
Há 13 assinaturas no requerimento apresentado pelo deputado Leandro Grass (Rede). São suficientes para o encaminhamento da proposta, mas a Mesa Diretora é dominada por parlamentares que dão apoio ao governo Ibaneis Rocha (MDB). A definição de uma comissão de investigação depende, especialmente, do humor do presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Rafael Prudente, do MDB.
O presidente da CLDF disse que pediu um parecer da Procuradoria da Casa para ver se requerimento cumpre todas as exigências legais. E disse que é preciso consultar todos os líderes para ver se concordam com a instalação imediata da CPI. O vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso (Republicanos) também fez uma solicitação nessa linha com o nítido interesse de adiar a decisão. Tanto Delmasso como Prudente se baseiam no artigo 72 do Regimento da CLDF para justificar seus pedidos.
A CPI da Pandemia é um gatilho político perigoso para o governo distrital, pois vai atacar a gestão da saúde público, motivo de críticas que antecedem a esse governo, mas que piorou com a pandemia do Covid-19. A discussão em torno da comissão ganha novos ingredientes políticos com a prisão de toda a cúpula da Secretaria da Saúde sob suspeita de corrupção.