O que era um risco, acabou acontecendo. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) poderá entregar as primeiras doses da vacina produzida em parceria com a AstraZeneca e Oxford somente em março. O prazo foi estendido em mais de um mês devido à dificuldade em conseguir um insumo fundamental da China. Atualizado às 20h38
O instituto de pesquisa tinha previsão de entregar o primeiro milhão de doses na semana de 8 de fevereiro. Mas o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina está parado na China, aguardando aprovação para ser enviado. A Fiocruz ainda tem esperança de entregar 50 milhões de doses em abril.
“É uma questão burocrática. Entramos com o pedido em 9 de dezembro e não tínhamos expectativa de que esse trâmite fosse durar mais de um mês”, disse o vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger, em entrevista por vídeo na segunda-feira. “Vamos manter esse cronograma por mais alguns dias, temos alguma margem, mas não muito. Se a incerteza das datas continuar, infelizmente teremos um atraso”.
A preocupação com a falta de vacinas até para grupos prioritários surge quase simultaneamente ao início da campanha de vacinação, que começa semanas depois de países incluindo Argentina e México.
O Instituto Butantan também enfrenta falta de insumos da China, o que deixa o instituto com apenas outras 4,8 milhões de doses antes de ficar sem estoque. O total produzido até agora não é suficiente para cobrir nem mesmo os primeiros na fila a serem vacinados.
A Embaixada da China disse em mensagem de texto que o governo chinês atribui “alta importância” à cooperação com o Brasil no combate à pandemia e afirmou que o assunto dos insumos parados “está sendo tratado pelas empresas no âmbito do contrato firmado e conforme os procedimentos estabelecidos”, informou o Infomoney.
Nota da Fiocruz
Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro. O cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021.