Duas investigações foram abertas nesta semana na área da saúde no Distrito Federal no âmbito da pandemia da Covid-19. Na primeira, o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM) investiga pressões da direção do Hospital da Força Aérea (HFAB) sobre os médicos para que usem o kit cloroquina no tratamento da doença. A outra é do Ministério Público do Distrito Federal que pediu explicações sobre fura-fila na vacinação dos profissionais que trabalham no atendimento dos pacientes com a doença viral.
Veja o vídeo com o promotor que fala sobre a fura-fila
No Hospital Materno Infantil (HMIB) e Hospital da Criança José Alencar (HCB), funcionários e médicos residentes denunciam que ficaram para trás na vacinação contra a Covid-19. Quem recebeu o imunizante foram os servidores que não trabalham na linha de frente. No HMIB, há ameaça de paralisação em represália contra a direção do hospital que autorizou a fura-fila. No HCB, o problema é que os profissionais não foram incluídos na lista de vacinação.
O Conselho Regional de Medicina informou que fará uma sindicância para apurar denúncia de médicos do HFAB, que teriam sofrido pressão, coação e represálias para que a hidroxicloroquina fosse receitada para tratar os pacientes do novo coronavírus, segundo o portal Metrópoles. O processo corre em sigilo. Há vários estudos científicos que esse tipo de tratamento não ajuda o paciente infectado.
Já os deputados distritais da Comissão Especial de vacinação da Câmara Legislativa, cobraram do secretário da Saúde, Osnei Okumoto, que passe a fazer as negociações para a compra de vacinas contra a Covid-19. O Distrito Federal optou por esperar pelo governo federal para receber as doses do imunizante. Para a deputada distrital Arlete Sampaio (PT), a quantidade de 106 mil doses que chegaram no DF não passe de uma amostra grátis.
Nota da Secretaria da Saúde
A Secretaria de Saúde informa que chegaram ao conhecimento da pasta denúncias de supostas irregularidades no processo de vacinação em algumas unidades vacinadoras. Imediatamente, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, solicitou aos superintendentes regionais a lista com os beneficiados pela vacina até o presente momento. Além disso, foram informados de que serão devidamente apuradas pelo setor de controle interno da Secretaria todas as supostas irregularidades.
Ao mesmo tempo, solicitou, por meio dos secretários-adjuntos e subsecretários, a obediência irrestrita à circular nº 1/2021 SES/SAIS/COAPS/DESF, de 19 de janeiro de 2021, que estabelece os grupos prioritários da primeira fase da vacinação, seguindo o que determina o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
A Secretaria esclarece também que o gestor responsável pela área e o servidor beneficiado, sem que atenda aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, responderão administrativamente pelos seus atos.