O que está errado?

Cegueira deliberada
Vivamos um período de uma cegueira deliberada com soluções mentirosas/arquivo/Picuki
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Texto de Renato Candemil

“Vivemos tempos estranhos”.

Tenho escutado essa pequena frase quase que diariamente. Mas, será que realmente estamos vivendo tempos estranhos? O que percebo atualmente, nesse período de pandemia, de avanços tecnológicos jamais vistos, combinados com uma velocidade espantosa com que o “tempo” está passando, é um absurdo negacionismo por parte das pessoas quando a verdade dos fatos é mostrada e divulgada no âmbito da coletividade. Isso sobre qualquer assunto.

O que está errado?

Poderíamos imaginar que talvez a culpa fosse essa abrangência das redes sociais. Facebook, Instagran, twitter, Google, YouTube, que foram transformados em instrumentos de propagação desenfreada de desinformação, de mentiras, de violência, e por aí vai, numa cegueira deliberada, universo paralelo de experts que, alertados por seus vis sentimentos, escolhem suas evidências, muitas vezes pautadas pela má-fé e disseminam seus veredictos, prescrevendo soluções mentirosas e assassinando reputações.

O que está errado?

Por que será que a verdade dói tanto para as pessoas?

Estamos em um mundo apenas competitivo? E por conta disso, os meios justificam os fins?

Do ponto de vista da espiritualidade, será que estamos no caminho certo?

O ser humano vive e trabalha por escolhas. Desde criança somos orientados para escolher e escolher sempre o melhor. Estudar na melhor escola, conseguir o melhor emprego, ter o melhor salário, comprar o melhor carro, adquirir a melhor casa, e por aí vai, numa lista interminável de bens e valores puramente materiais.

Repito, estamos no caminho certo? Somos realmente felizes sendo tão competitivos e tão materialistas?

O que está errado?

Não estaria na hora de deixarmos de lado a competitividade que nos move a todo custo para alcançarmos “o ter” e passarmos a adotar uma postura mais cooperativa para atingirmos “o ser”?

Cito aqui para nossa reflexão uma frase de Rumi, mestre espiritual persa do século XIII: “Ontem eu era inteligente, então eu queria mudar o mundo. Hoje eu sou sábio, então eu estou mudando a mim mesmo”.

Vamos refletir sobre nossas relações interpessoais, sobre nossas decisões de consumo, de escolhas profissionais e principalmente, o quanto realmente nos preocupamos e nos importamos uns com os outros.

Sempre falo e escrevo que para alcançar o conhecimento interior verdadeiro, é necessário praticar o bem e não devemos praticar a mentira, pois ela enfraquece o ser humano. Não fomos criados para viver da mentira e principalmente na mentira. A mentira nos adoece, nos tira as energias, nos enfraquece.

Comece por você. Mude e quebre aqueles paradigmas adquiridos pela pressão imposta do ambiente profissional, do círculo de relacionamento externo, das fantasias materiais que inundam os meios de comunicação hoje. Faça a diferença! Seja diferente!

Desenvolva seu viés espiritual e mais humano. Procure a felicidade dentro de você.

Não precisamos mudar o mundo, precisamos mudar a nós mesmos.

Boa reflexão!

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