Uma comitiva liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viajou sábado (06) pela manhã para Israel. O governo brasileiro quer negociar a compra de um spray nasal que está em fase de testes clínicos para ser usado no tratamento da Covid-19. Entre os representantes do governo federal escalados para a viagem, está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro., e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), amigo íntimo da família presidencial.
O que chamou a atenção nesta viagem, além do despropósito, foram as fotos do embarque e do desembarque. No Brasil, o grupo estava sem máscara, mas no aeroporto israelense, todos posaram com a proteção facial. Nas redes sociais, o assunto foi bastante comentado e não faltaram adjetivos como “covardes”, “falta de atitude”” ou sugestão de que deveriam falar para os israelenses de pararem com o mimimi. A expressão é do presidente Bolsonaro, ao minimizar a dor e as perdas de pessoas com a grave pandemia da Covid-19.
O spray, de nome EXO-CD24, ainda não tem eficácia comprovada e está sendo desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov, em Israel. O medicamento, até então, era utilizado de forma experimental contra o câncer de ovário. Ainda em fase preliminar de estudos, o spray nasal passou a ser usado em testes contra a Covid-19 e os primeiros resultados mostram que 29, dos 30 voluntários estudados, não evoluiram para casos graves da doença.
Israel planeja dar o maior passo de sua reabertura hoje. As restrições começaram em dezembro e, desde então, o país já vacinou 4,8 milhões de um total de 9 milhões de habitantes. O país reabriu no último dia 21 de fevereiro partes de sua economia no que chamou de início de um retorno à rotina possibilitado por uma campanha de vacinação contra a Covid-19.
Mais da metade da população de Israel já recebeu uma primeira dose da vacina Pfizer/BioNTech, e quase 40% recebeu as duas doses, muito mais do que qualquer país do mundo.