O jogo recomeça

Lula e Bosonaro pesquisa eleitoral Misto Brasília
Bolsonaro e Lula se alimentam da própria divergência política/Reprodução/Arquivo/LeiaAgora/
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Texto de André César

A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações do ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato, muda radicalmente o quadro político. Ao menos por ora, o petista retorna com força ao jogo.

É importante lembrar, em primeiro lugar, que a decisão é monocrática e deverá ser ainda analisada pelo plenário. No entanto, comenta-se ser altamente provável a confirmação da decisão de Fachin pelos demais ministros da Corte.

As diferentes reações ao fato mostram o grau de complexidade do cenário. De um lado, a militância petista celebrou a decisão. Na avaliação da base do partido, Lula coloca-se, a partir de agora, como um candidato praticamente imbatível. Em contraste, a cúpula partidária demonstrou cautela – tanto que o ex-prefeito Fernando Haddad continuará a ser o nome da legenda para a sucessão presidencial.

No Congresso Nacional, a avaliação inicial e a de que fica enfraquecida a tentativa de se estabelecer uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De fato, a presença de Lula na disputa reforça a polarização política das eleições de 2018.

Potencial candidato no pleito do próximo ano, o governador paulista João Dória (PSDB) tentou se antecipar ao afirmar que “o Brasil é muito maior que Lula e Bolsonaro”. O tucano sabe que a entrada do petista no jogo representa mais um obstáculo a suas pretensões eleitorais.

E Bolsonaro? Em meio ao avanço da pandemia e à perda de popularidade, a decisão do STF obriga o titular do Planalto a reavaliar sua estratégia eleitoral. Em tese, ele tem duas opções imediatas de ação – reforçar ainda mais seu lado populista, de modo a atender seu eleitorado mais fiel, ou, ao contrário, reaproximar-se do mercado e colocar-se como o único nome forte e confiável para derrotar Lula.

Ainda sobre o presidente e seus aliados, fica uma importante pergunta: será mesmo interessante ao bolsonarismo alimentar a polarização com Lula? Afinal, uma coisa é enfrentar um nome indicado pelo ex-presidente, outra é tê-lo como adversário direto.

Enfim, a antecipada disputa sucessória ganhou novos e dramáticos elementos. Aguardemos momentos de fortes emoções.

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