A qualidade dos rios melhorou em 2020, segundo um relatório divulgado hoje pela Fundação SOS Mata Atlântica. O documento adverte, no entanto, que q melhoria só se tornará perene se for acompanhada de investimentos contínuos em saneamento ambiental e proteção de matas nativas e áreas verdes.
A equipe técnica concluiu que a pressão sobre o uso doméstico da água, durante a pandemia, resultou no comprometimento da qualidade da água de rios em regiões impactadas, no mesmo período, por secas e diminuição das vazões. O levantamento não identificou corpos d’água com qualidade de água ótima ou péssima.
O relatório Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica, a ONG apresenta um panorama sobre a qualidade da água de 130 pontos de monitoramento, distribuídos em 77 trechos de rios e corpos d’água brasileiros, em 64 municípios, nos 17 estados do bioma Mata Atlântica.
Dos dez pontos que melhoraram de condição alcançando o índice de qualidade de água boa cinco estão próximos de áreas protegidas, ou com mata nativa. Entre eles estão os rios Pratagy, em Alagoas, Biriricas, no Espírito Santo, o Córrego Bonito, na cidade de mesmo nome, , no Mato Grosso do Sul. E pontos dos rios Tietê e Jundiaí, em São Paulo, que alcançaram o índice de qualidade boa.
Entre aqueles que pioraram de situação, destaque para oito pontos que passaram da condição regular para ruim. Eles ficam nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco (dois pontos), Rio Grande do Sul (dois pontos) e São Paulo (dois pontos).
“A recuperação pode demandar muitos anos. Por isso, os indicadores e dados mudam pouco, mas os rios têm, em geral boa capacidade de se recuperar, desde que não fiquemos parados. É preciso agir agora, mudar a nossa forma de gestão e governança e como consumimos a água”, afirma Gustavo Veronesi, coordenador do projeto Observando os Rios da Fundação SOS Mata Atlântica.