Texto de Marcelo Brandão
O Senado ouviu, ontem (23), representantes de laboratórios desenvolvedores de vacinas contra Covid-19 ou de parceiros brasileiros dessas empresas. Foram ouvidos diretores da Pfizer, da Janssen, da Bharat Biotec, da Precisa, da Sputnik V e da Fiocruz. Os senadores ficaram preocupados com o que ouviram, pois, segundo estes diretores, muitas vacinas encomendadas pelo governo brasileiro não devem chegar no primeiro semestre.
“Essa audiência comprovou aquilo que já suspeitávamos e temíamos: não teremos vacinas suficientes e a tempo para acabar com essa carnificina. Estamos vivendo momentos dos mais difíceis, tenebrosos. Não temos leitos, não temos UTI, não temos oxigênio, não temos insumo. Está faltando caixão”, disse Simone Tebet (MDB-MS).
Tasso Jereissati (PSDB-CE) também lamentou a falta de uma entrega substancial de vacinas neste momento, em que o Brasil registra dezenas de milhares novos casos por dia, além de mais de 3 mil mortes nas últimas 24 horas. “Cheguei nessa reunião na expectativa de ver uma luz no fim do túnel, mas estou saindo muito desanimado”.
A Pfizer estima entregar 100 milhões de doses até setembro. A Janssen, com quem o governo brasileiro também manifestou intenção de compra de vacinas, prevê a entrega até o final do ano, sem data específica.
A Fiocruz, que também participou da reunião, apresentou o seu cronograma. São 100,4 milhões de doses até julho, com 3,9 milhões entregues em março, 18,8 milhões de doses em abril e 21,5 milhões em maio. Mais 34,2 milhões de doses devem chegar em junho e 21,9 milhões em julho. No segundo semestre, com a produção nacional de insumos, estão previstas 110 milhões de doses.
(Marcelo Brandão trabalha na EBC)