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A força do agronegócio goiano

Colheitadeira agricultura Misto Brasília

O plantio e a colheita estão sendo robotizados para produzir mais alimentos/Arquivo

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Texto de Giovana Araújo e Ray Souza

O agronegócio goiano mostrou força e resiliência ao longo do último ano, mesmo diante das adversidades trazidas pela covid-19. O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em Goiás atingiu um novo recorde no ano passado, de R$ 72,5 bilhões, acumulando um crescimento de 18,7% em relação a 2019, de acordo com levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As lavouras goianas apresentaram faturamento de R$ 48,8 bilhões, um aumento de 23,8% em relação ao mesmo.

A soja representa 50% dessa receita. Já a pecuária apresentou faturamento de R$ 23,7 bilhões, um crescimento de 9,3%. Nas culturas da soja e do milho, o estado encontra-se em terceiro lugar nacional em termos de VBP.

A força do agronegócio goiano e a relevância da geração da renda para a economia do estado também podem ser medidas pelas exportações. O agronegócio em Goiás foi responsável por venda para o exterior na ordem de US$ 6 bilhões no ano passado, cerca de 78,1% do total comercializado no estado, de acordo com os dados do Ministério da Economia, por meio do Comex Stat, e analisados pela gerência de inteligência de mercado da secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás.

Dentre os destaques está o complexo de soja, que foi responsável por 52% das exportações no setor, somando mais de três bilhões de dólares. Vale também destacar o crescimento nas exportações da carne bovina de Goiás que registrou mais de um bilhão de dólares, representando 19% de tudo foi exportado pelo estado.

O setor produtivo de Goiás tem contado com um importante aliado nessa agenda de crescimento. O governo do estado vem fortalecendo diversas cadeias produtivas através de políticas públicas direcionadas, atuando em pautas estratégicas e mitigando gargalos. Entre as ações do governo estadual para o setor destacam-se, as relacionadas à tecnologia com o fomento da rede de internet de quinta geração (5G). O setor foi um dos pioneiros em ativar o 5G, de forma experimental, para viabilizar o desenvolvimento de aplicações inteligentes para o agronegócio.

O agronegócio goiano mostrou que há caminhos para manter-se em crescimento perante a instabilidade econômica que tem caracterizado o ambiente de negócios no país ao longo da pandemia. Existe um enorme potencial para contínua expansão econômica do setor, consolidando o estado não apenas como um dos principais polos da produção agrícola e pecuária do país, mas também como um importante polo agroindustrial com destaque para os segmentos de carnes e biocombustíveis a base de cana-de-açúcar e milho.

(Giovana Araújo é sócia-líder em agronegócio da KPMG e Ray Souza é sócio-líder de mercados regionais da KPMG no Brasil)

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