A Arábia Saudita suspendeu as importações de carne de frango vindas do Brasil. A decisão afetou também a Seara Alimentos de Brasília. O país é o segundo maior comprador de carne de frango do Brasil, e a decisão veio em um momento em que o país árabe busca a ampliação da produção interna para se abastecer. A medida entra em vigor a partir do dia 23.
A Sputnik Brasil conversou com Rodrigo Lima, advogado, especialista em comércio exterior e agronegócio, além de sócio-diretor da Consultoria Agroicone. Para ele, a medida da Arábia Saudita para restringir a importação de carne de aves do Brasil, a princípio tem um caráter sanitário, mas até agora não foi possível entender quais são as justificativas científicas para barrar a importação.
“Isso é bastante comum no mercado de proteína animal e a meu ver isso aqui parece protecionismo, uma barreira não tarifária. O Brasil não tem nenhum caso notificado de doença de aves que preocupe, então ao que parece é uma medida de caráter sanitário, sem fundamentação, que é superquestionável diante das regras do acordo de medidas sanitárias e fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio [OMC]”, comentou o especialista.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emitiu uma nota se posicionando sobre a restrição saudita, na qual diz que “está apoiando o governo brasileiro na busca por mais detalhes sobre a surpreendente decisão unilateral tomada pelas autoridades sauditas, com a suspensão de plantas exportadoras de carne de frango”.