Pandemia obriga mais um ano sem abraços no Dia das Mães

Mães pandemia
A pandemia mudou como lidamos com datas especiais, como o Dia das Mães/arquivo/NDMais
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Na família Massunari, o isolamento social necessário por conta da pandemia foi agravado pelo fator geográfico. Enquanto a professora Maria das Graças Côrtes Massunari, de 69 anos, segue vivendo com o marido em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, os três filhos acabaram se fixando longe dali. Gustavo, de 41 anos, em Manaus, Amazonas. Alexandre, de 40 anos, em Taubaté, no interior paulista. A caçula Laura, de 37, vive em Porto Velho, Rondônia.

Se os encontros já eram raros, acabaram inviabilizados pela situação epidêmica. A última vez que mãe e filho se encontraram foi em janeiro de 2020.

“Sinto muita falta deles todos. Tudo em casa me lembra deles: um bolo, uma comida gostosa, uma música, tudo me faz pensar e sentir a presença deles”, comenta. “Por onde ando aqui em casa, eles estão presentes no meu coração e pensamento.”

“Muitas vezes, sinto vontade de voar, ser um pássaro”, acrescenta. E quando vão voltar a se ver? “Vai depender da pandemia, talvez ainda este ano. É muito triste passar as datas comemorativas sem eles. Tem dias que a saudade aperta mais. Só que não dá, eu entendo.”

No residencial para idosos Lar Sant’Ana, de São Paulo, muitos dos residentes não têm contato físico com os familiares desde 9 de março do ano passado. As visitas passaram a ser visuais — foi instalada uma barreira de acrílico para proteger os moradores e, ao mesmo tempo, amenizar as saudades.

“É sempre mais gostoso encontrar o filho e dar um abraço, um beijo, né? Mas se não dá, fazer o quê?”, comenta a moradora Anna Lyrs Guimarães de Carvalho, de 95 anos, que vive ali desde 2008. Ela é mãe de três filhos.

Carmen Perez Gimenez, de 89 anos, também lamenta o distanciamento social. “Sempre fui muito beijoqueira. Muita saudade [de abraçar], eu era muito amorosa com eles [os três filhos]. Às vezes choro de lembrar, mas minha maior vitória é que eu tenho uma família super-unida.”

“A gente tem de ter esperança que tudo vai melhorar, apesar de tanta coisa ruim que a gente está vendo”, diz ela, sobre a pandemia.

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