Ao longo das últimas semanas, o Brasil despencou no ranking mundial de velocidade de vacinação. Devido ao atraso na aplicação da segunda dose da CoronaVac e por falta de insumos para produzir imunizantes, o país caiu da quarta para a oitava posição entre os que mais aplicam doses de vacina contra a Covid-19 por dia.
A média diária de vacinação, que era de 995 mil em 29 de abril, passou para 429 mil na última quarta-feira (12), segundo dados do Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, conforme noticiado pelo portal G1.
“Não tem muito milagre. Sem vacina, perdemos o ritmo de vacinação”, disse, em entrevista à Sputnik Brasil, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e fundador e primeiro diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o especialista, se o Brasil tivesse o volume necessário de doses, poderia vacinar até dois milhões de pessoas por dia, dada a capacidade do Plano Nacional de Imunização (PNI). A quantidade é mais que quatro vezes superior ao ritmo atual de vacinação do país.
“Infelizmente, é simples assim. Nós não compramos vacina. Estamos vivendo das vacinas que o [Instituto] Butantan e a Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] estão produzindo. E estão produzindo no ritmo em que recebem os insumos farmacêuticos da China e conseguem fazer o envase desse insumo”, afirmou o médico sanitarista.