“Capitã cloroquina” confirma que a droga é eficaz contra a Covid

Mayra Pinheiro CPI da Covid Senado
Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro/Jefferson Rudy/Agência Senado
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O depoimento da médica pediátrica e secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, continua na CPI da Covid no Senado Federal. A oitiva acontece desde a manhã com dois intervalos. Na primeira parte do depoimento, ela foi questionada pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Neste momento há uma interrupção nos trabalhos.

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Depois que Mayra afirmou que sua secretaria fez 25 cursos para treinar agentes de saúde, Humberto Costa (PT-PE) disse que esse número não faz ‘nem cócegas’ e que a pandemia foi controlada em outros países com atenção básica. Ela disse que o papel do MS é dar orientação segura aos profissionais, de acordo com autonomia conferida pelo CFM. Ela disse que o uso de cloroquina em excesso resultou em mortes e isso estigmatizou o uso do medicamento.

O presidente da CPI, senador Otto Alencar (PSD-BA) garantiu, com base em análise científica, que não há estudos no mundo que mostrem que os antiparasitários cloroquina e hidroxicloroquina tenham ação antiviral. Mayra manteve a defesa do uso dos medicamentos. Ele criticou Bolsonaro por ter postado nas redes o PL 1.912/202, que criminaliza prescrição de remédio sem comprovação científica, e informou já ter retirado o texto do Senado “após ouvir diversos médicos”.

Mayra disse não achar “adequado” ser chamada de “capitã cloroquina”. “Não acho o termo adequado. Não sou oficial de carreira militar. Sou uma médica respeitada no meu estado. Prefiro ser chamada doutora Mayra Pinheiro”.

Questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre por que não seguiu recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria para não uso de cloroquina em crianças, Mayra disse que o MS não é obrigado a atender essas recomendações. A a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que mantém a recomendação de cloroquina e hidroxicloroquina no chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19.

Ela disse que não orientou o ministro Pazuello a submeter a autorização da cloroquina à Conitec antes de publicar notas informativas que orientam o uso do medicamento devido à lentidão do processo e por “priorizar salvar vidas”.

Omar Aziz perguntou a Mayra sobre o aplicativo TrateCov: “A senhora disse que o TrateCov salvaria muitas vidas, mas por que foi retirado ar?” Mayra respondeu que não havia segurança por ter sido invadido por hacker. Mayra afirmou que os parâmetros da plataforma seguiam estudo internacional. Ela disse que a ferramenta poderia ter salvado muitas vidas se não tivesse sido invadida por hacker.

Mayra Pinheiro confirmou que sua secretaria no MS foi responsável pelo desenvolvimento do TrateCov, aplicativo para tratamento da covid-19. Segundo ela, a plataforma nunca foi colocada no ar, tendo sido apresentado um protótipo.

A secretária afirmou que teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro. Ela disse que esteve na cidade até o dia 5, mas não foi informada pela Secretaria de Saúde do Amazonas sobre falta do insumo.

Renan questionou o porquê de o MS não ter previsto falta de oxigênio em Manaus, já que relatório de Pazuello previa aumento de casos entre 11/1 e 15/1. Mayra disse que não é competência do ministério o fornecimento de oxigênio. Mayra Pinheiro disse que a falta de oxigênio em Manaus em janeiro não foi prevista porque os desfechos de agravamento da Covid-19 são imprevisíveis.

Após exibição de vídeo em que Mayra cita o “efeito rebanho”, ela alegou que a defesa foi de imunidade de rebanho em crianças e que, na população geral, não poderia ser usada indistintamente. Negou que a tese fosse defendida no Ministério da Saúde.

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