O parlamentar voltou a afirmar que o governo provocou falhas inaceitáveis na compra do medicamento
Novas suspeitas de irregularidades começam a surgir em torno do contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin pelo governo federal. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada nesta quarta-feira (23), o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que é irmão do servidor que sofreu pressão do governo para acelerar a compra do imunizante, apontou possíveis ‘erros graves’ no acordo fechado com a indiana Bharat Biotech. Hoje, ele disse que que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi alertado sobre essa compra.
Segundo contou ao jornal, o irmão Luís Ricardo Fernandes Miranda, que é ex-chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, apontou irregularidades “bem mais graves” no contrato, entre elas as datas de vencimento da vacina incompatíveis com a importação, o que impediria a vacinação da população em tempo hábil. A forma do contrato também estaria irregular, o que reforça a suspeita de favorecimento da Precisa Medicamentos, que intermediou a negociação.
Novas suspeitas de irregularidades começam a surgir em torno do contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin pelo governo federal. Datas de vencimento das vacinas incompatíveis com a importação, sem tempo de ser vacinada a população”, relatou o deputado.
De acordo com O Estado de São Paulo, no centro das apurações sobre o processo de aquisição das vacinas indianas Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro, o empresário Francisco Emerson Maximiano atua no setor farmacêutico há mais de uma década. Nome tido como próximo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ele é dono de empresas que tiveram contratos contestados por órgãos de investigação em gestões do MDB e do PT, além de uma série de processos judiciais de cobranças de dívidas.
Maximiano era esperado hoje na CPI da Covid, mas sua defesa alegou que ele não poderia prestar depoimento porque está em quarentena após voltar de uma viagem à Índia.