As mulheres em todo o mundo se candidataram a 11% menos empregos, segundo LinkedIn
Houve uma queda significativa de mulheres contratadas para cargos de liderança desde a pandemia, comparando com os dois últimos anos em vários setores. O levantamento global é da plataforma LinkedIn, que identificou também os 99 empregos que estão apresentando alta na demanda em 20 economias ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
De acordo com as informações divulgadas hoje (21), quatro áreas progrediram e expandiram a proporção de mulheres contratadas para cargos de gestão senior: software e serviços de TI, serviços financeiros, saúde e manufatura. No entanto, outras indústrias tiveram declínios, entre eles, recreação e viagens, varejo, educação e serviços profissionais.
O Brasil está na 93ª posição deste ranking que considera 156 países. Hoje, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho. Elas representam 39,4% dos cargos de gestão no país.
Há poucas mulheres na política, por exemplo. Elas representam 15,2% do total de parlamentares e apenas 10,5% dos ministros do Brasil. Por outro lado, na área de saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino (98%).
As mulheres em todo o mundo se candidataram a 11% menos empregos no ano passado em comparação com os homens. De acordo com elas, a falta de conexões certas (networking) para serem notadas pelos times de recrutamento é o maior obstáculo no processo de conseguir uma nova oportunidade. Aparecem ainda fatores como falta de experiência e habilidades, além de competitividade do mercado.
A assessoria da plataforma informou que a participação atual de mulheres em Computação em Nuvem, por exemplo, é de 14,2%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais desde 2018; mulheres em funções de dados e Inteligência Artificial (IA) representam 32,4%, queda de 0,1 pontos percentuais desde fevereiro de 2018. Os dados também mostram uma maior disparidade de gênero em outras funções, como Desenvolvedores Full Stack, engenheiros de dados e engenheiros de nuvem.
De acordo com a executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn, Ana Claudia Plihal, a igualdade de gênero precisa ser considerada nas abordagens de recuperação econômica. “Neste caso, estamos falando de garantir que as culturas e estruturas de negócios adotem práticas com foco na diversidade e que as organizações examinem como incorporar a equidade na busca e seleção de talentos; criando processos mais igualitários para a experiência, recompensa e desenvolvimento dos funcionários”, afirma.