Presidente da Câmara lamentou que o assunto esteja pautando o Brasil. Veja o que ele disse
No final da tarde desta sexta-feira (06), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que vai levar para o plenário a decisão sobre o voto impresso. Num pronunciamento feito sem direito a perguntas, Lira leu uma manifestação em que diz que a discussão do voto impresso se tornou o assunto principal no Brasil.
Ao finalizar, disse que “infelizmente já fomos longe demais”. Na segunda-feira, haverá uma reunião entre o parlamentar e os líderes da bancada para definir a votação da PEC que já foi derrotada na comissão especial. Assista o vídeo logo abaixo.
O discurso
O Brasil tem enormes desafios, como as reformas tributária, administrativa, questões ambientais, o combate à pandemia com o avanço da vacinação, além da criação de condições sócio-econômicas para a geração de emprego e renda.
O voto impresso está pautando o brasil. Não é justo com o país e com o que a câmara dos deputados tem feito para enfrentar os grandes problemas do brasil desde que assumi a presidência desta casa.
Avançamos em muitas questões, atualizando e modernizando a legislação e retirando da gaveta projetos que estavam represados. O brasil sempre teve pressa e o momento atual é ainda de maior urgência.
A câmara dos deputados é a casa das leis e, infelizmente, assistimos nos últimos dias um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os poderes para além dos seus limites.
A câmara dos deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade que é a expressão máxima da democracia.
Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir.
Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se.
Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema porque o plenário é nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia. e vamos deixá-lo decidir.
Esta é a minha decisão.
O presidente da república tem o seu gabinete, a suprema corte tem os seus juízes e o ministério público federal tem no procurador-geral da república firmeza e responsabilidade constitucional. Todos ciosos de seu espaço institucional.
E a câmara dos deputados é a casa mais democrática, onde o voto livre reverbera sempre a vontade popular.
Ouvir a casa – ser a voz de todos os deputados, sermos nós e não “eu” – coisa que venho repetindo constantemente para todos vocês.
Por isso, esta é uma decisão coerente com minha trajetória – de homem público que não foge do debate.
Repito, não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os poderes, ainda mais como chefe do poder que mais representa a vontade do povo brasileiro.
Esse é o meu papel e não fugirei jamais desse compromisso histórico e eterno.
O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento. 24 horas atento. Todo tempo é tempo.
Mas tenho de certeza que continuarei pelo caminho da institucionalidade, da harmonia entre os poderes e da defesa da democracia.
O plenário será o juiz dessa disputa que já foi longe demais.
Muito obrigado.

