Tudo começou quando o vulcão Cumbre Vieja teve um rápido aumento das atividades sísmicas
Na última quinta-feira (16), a notícia de um possível tsunami na costa do Brasil gerou alarde e foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. A ocorrência do tsunami estaria ligada à possível erupção de um vulcão nas Ilhas Canárias. Mas, afinal, essa história é #fato ou #fake?
A geóloga e vulcanóloga da Universidade de São Paulo (USP) Leticia Freitas Guimarães explica que os observatórios vulcanológicos divulgam constantemente relatórios com resultados de análises de vários parâmetros medidos em um vulcão (como sismo, deformação do solo e emissão e composição de gases).
A ilha de La Palma é a quinta maior das oito ilhas que compõem o arquipélago das Ilhas Canárias e a segunda mais alta. Ela é composta por dois vulcões, entre eles o Cumbre Vieja, localizado mais ao sul, registra a ClimaTempo.
A chance de o vulcão Cumbre Vieja entrar em erupção é alta? O Cumbre Vieja tem uma frequência eruptiva muito elevada, sendo a mais recente registrada em 1971. No entanto, a geóloga explica que é necessário avaliar qual tipo de erupção que ele é mais propício a gerar, conforme sua história eruptiva.
A probabilidade maior é de que, caso ocorra uma erupção, ela seja de baixa magnitude e evolua para derrame de lava, como em todos os eventos recentes. “Essas são erupções que afetam mais a população local”, afirma Letícia.
Apesar de só ter evoluído agora para o nível amarelo, a frequência e a quantidade dos sismos no Cumbre Vieja já têm registrado aumento desde 2017.
“Nos últimos dias, os sismos ficaram ainda mais frequentes e rasos. Nesse caso, a média do epicentro (onde começa o tremor), que estava em 30km, subiu para 12km de profundidade, o que fez o nível mudar de cor”, afirma Letícia.No entanto, não há motivo para pânico: a geóloga e vulcanóloga exemplifica que, no Chile, local que está muito mais próximo ao Brasil, existem vulcões que estão no nível amarelo.
Segundo a geóloga Letícia Freitas, para causar o colapso, a erupção precisa ser de alta magnitude, ou seja, muito explosiva. “Não é impossível, mas é muito pouco provável”, afirma. A probabilidade de um tsunami na costa do Brasil acontecer é muito pequena e, caso ela ocorra, a chance dele chegar em forma de ondas gigantescas no litoral do país é praticamente nula.