Cientistas disseram que não está claro sobre esse efeito colateral da pandemia do novo coronavírus
As medidas de combate ao novo coronavírus, como o uso de máscaras e o isolamento social, reduziram também a circulação de outros agentes infecciosos, mostra um estudo da Universidade de Hong Kong divulgado em meados de setembro. O estudo foi divulgado como preprint (pré-impressão), ou seja, ainda não passou pela revisão de cientistas independentes.
Segundo o estudo, algumas linhagens do vírus da gripe se tornaram mais raras ou localizadas ou até mesmo sumiram. A linhagem Yamagata do vírus influenza do tipo B não foi mais detectada desde abril de 2020. Os pesquisadores liderados pelo cientista Vijaykrishna Dhanasekaran disseram acreditar que ela está extinta.
Também as linhagens A(H3N2), A(H1N1) e B/Victoria se tornaram mais raras e com menor diversidade genética. Restrições de viagem também limitaram os surtos de alguns vírus, como o A(H3N2) no sul e no sudeste da Ásia e o A(H1N1) na África Ocidental.
Na Europa, o subtipo H3N2 desaparece todos os anos com a chegada do verão, mas ele continua existindo no sudeste da Ásia, de onde é de novo “importado” por viajantes.
Ondas de gripe mais fortes
Cientistas disseram que não está claro se esse efeito colateral da pandemia de Covid-19 é positivo no longo prazo e argumentaram que próximas ondas de gripe, causadas por linhagens mais raras, podem ser mais severas por causa do declínio da imunidade entre a população.
Eles também disseram que vacinas contra a gripe costumam ser produzidas com base nas variantes dos vírus em circulação. Quando a circulação cai drasticamente, há pouca informação disponível sobre quais linhagens podem causar uma nova onda, o que pode comprometer a efetividade de uma vacina.
Na Alemanha, por exemplo, a atual vacina contra a gripe previne contra infecções pela linhagem Yamagata do Influenzavirus B, que, como os cientistas descobriram agora, pode nem estar circulando, informou a Agência DW.