Partidos da oposição ao governador Ibaneis reclamam da indefinição do senador Reguffe
As duas principais forças políticas no Distrito Federal encontram novos desafios para fechar a chapa majoritária para as eleições de 2022. Enquanto o governador Ibaneis Rocha (MDB) vê no espelho retrovisor a sombra da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), o problema da oposição está na indefinição de uma aliança.
O principal entrave da chamada “frente de partidos”, é o suspense acalentado pelo senador José Antonio Reguffe (Podemos). Até agora, o parlamentar com lastro político para enfrentar o governador no embate para o Palácio do Buriti, tem preferido o silêncio quando questionado sobre seus planos políticos.
Reguffe tem empurrado a declaração para fevereiro ou março do próximo ano. É uma eternidade para uma disputa que se avizinha bastante acirrada.
A expectativa já provoca desentendimentos. Enquanto o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) tem uma agenda de pré-candidato à Presidência da República, Reguffe patina na dialética. A indefinição abre espaço para outros concorrentes dentro do próprio grupo.
O deputado distrital Leandro Grass (Rede), disse que é pré-candidato ao governo do Distrito Federal. “Estou disposto a derrotar o grupo Ibaneis”, sacramentou na semana passada.
Além de Leandro Grass – hoje o maior crítico do governador -, a senadora Leila Barros (Cidadania) também pode lançar seu nome como pré-candidata. E esse lançamento pode acontecer nos próximos dias, talvez até às vésperas do Natal.
O relógio corre e talvez seja esse o maior problema da oposição. Há desentendimentos também para o Senado. Como há apenas uma única vaga, não vale a pena gastar pólvora com diversos nomes.
O ex-senador Cristovão Buarque, que já foi do PT e do PDT, já disse que gostaria de se candidatar pelo Cidadania. Talvez esse tenha sido o principal freio para que Leila Barros ainda não tenha anunciado sua pré-candidatura.
O outro detalhe é que o Cidadania está muito próximo de Sérgio Moro e, a essa altura do campeonato, fica difícil o partido lançar um candidato ao governo do Distrito Federal sem uma costura com o Podemos. Leila Barros tem dificuldades de se aproximar do PSB, seu antigo partido. E sua relação também não é das melhores com o ex-governador Rodrigo Rollemberg, virtual candidato a deputado federal.
Reguffe tem se movimentado numa parceria com o PDT. Está bem próximo do deputado distrital Reginaldo Veras, do PDT. Os dois têm feito agendas compartilhadas. O ex-deputado distrital e ex-presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, também do PDT, tem sido lembrado como vice na chapa de Reguffe.
O senador tem a simpatia também da deputada Paula Belmonte (Cidadania), mas ela também comentou nos bastidores que não está com muita paciência para esperar. Num cenário de indefinições, até ela pode lançar seu nome ao Palácio do Buriti. É esperar para ver.