O próximo ano será desafiador em diversas áreas, mas é preciso ficar atento às promessas em ano eleitoral
Texto de Gilmar Corrêa
O que podemos esperar em 2022?
Essa é uma pergunta de 1 milhão de dólares. O que sabemos é que vai ter três feriadões ao longo do ano e feriados no meio da semana.
O que sabemos, também, é que vai ter uma eleição para presidente, governador, deputados estaduais e federais e senador. No caso do Distrito Federal, o deputado estadual é chamado de deputado distrital. São 24 vagas.
As eleições até agora são o principal fato previsto no calendário. As dúvidas começam a partir daí.
Até o Orçamento da União votado e aprovado pelo Congresso Nacional, é uma peça de ficção. Está muito mais voltada para os interesses corporativos políticos do que para a nação brasileira.
É o jeito brasileiro de dividir a teoria e a prática. A teoria é o Orçamento. A prática é o que realmente acontece na distribuição de recursos.
Até agora são 12 pré-candidatos à Presidência da República. A polarização está estabelecida e muita gente olha o Chile, onde a esquerda venceu as eleições presidenciais, como uma esperança de virada.
Mas é importante enfatizar que “um presidente” ou “o presidente” não faz milagres. Assim como nos estados, a solução está no Parlamento. É neste Poder que são estabelecidas as grandes mudanças ou retrocessos. É pelo Legislativo que as propostas, os projetos, as leis são desenhadas e onde há os grandes debates.
Não se iluda: é por isso que os partidos estão se preparando para uma grande batalha para formar bancadas fortes nas assembleias legislativas e, claro, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Brasília é a ponta desse grande sistema que, a princípio, não tem previsão de mudanças. Jair Bolsonaro se elegeu com um discurso de mudança, de combater o estabelecido. Claro, só se enganou quem não conhece o presidente.
Ele nunca trabalhou na iniciativa privada. Nunca foi um empreendedor ou pregou um prego para construir qualquer coisa. Sempre, desde jovem, se sustentou com salários pagos pelo Estado. Foi do Exército e depois 28 anos deputado. E os seus três primeiros filhos também estão nesta batida à custa do dinheiro público.
O que quero dizer é que o eleitor precisa ficar atento aos discursos, às promessas fáceis, à falação simples e rasa. E, especialmente, ficar de olho em quem promete. Não há milagres nesta questão. É preciso não se iludir.
A esperança se constrói todos os dias e não é, num ano par, que essa ordem natural vai se alterar.