Proposta foi apresentada hoje pela Rússia durante conversa com o presidente francês
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou por quase duas horas ao telefone com o líder russo, Vladimir Putin, na tarde deste domingo (20). A pauta foi a crise na região leste da Ucrânia, em mais uma tentativa de Macron de resolver o conflito diretamente com Putin por meios diplomáticos.
Macron e Putin concordaram quanto à “necessidade de facilitar uma solução diplomática para a crise atual e fazer de tudo para alcançá-la”, divulgou o governo francês. O presidente da Rússia teria concordado em trabalhar para dar início a um cessar-fogo na região, segundo informou o gabinete de Macron.
Devido a essa perspectiva, os ministros das relações exteriores da França e da Rússia devem se reunir nos próximos dias, com a possibilidade de promoverem uma cúpula de alto nível com Rússia, Ucrânia e aliados ocidentais para estabelecer uma nova ordem de segurança na Europa, afirmou o governo francês, que classificou a ligação como “os últimos e necessários esforços para evitar um grande conflito na Ucrânia”.
De acordo com a versão do governo russo do telefonema, Putin culpou Kiev pela escalada militar no leste da Ucrânia e concordou em “intensificar os esforços para encontrar soluções por meios diplomáticos”.
Moscou também disse que as próximas conversações devem ocorrer no formato Normandia, isto é, com representantes de Rússia e Ucrânia, sob a moderação da França e da Alemanha.
Assim que finalizou a chamada com Putin, Macron ligou para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que se disse aberto ao diálogo com Moscou, um dia após o governo de Kiev ter declarado que não responderia ao que conceituou de “provocações” da Rússia no leste da Ucrânia.
No Twitter, Zelenski publicou que ele e Macron discutiram a “necessidade e as possíveis formas de desescalada imediata [das tensões quanto a um possível conflito]”, informou a DW.
Antes dos telefonemas, Zelenski havia proposto se encontrar com Putin a fim de buscar uma solução diplomática para a crise.
A Rússia insiste que não tem a intenção de atacar a Ucrânia. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que “não faria sentido a Rússia atacar alguém”, e insistiu para que o Ocidente “aja com razão”.
“Vamos lembrar que, ao longo da história, a Rússia nunca atacou ninguém. E a Rússia, que sobreviveu a tantas guerras, é o último país da Europa que quer debater ou mesmo dizer a palavra ‘guerra'”, disse Peskov à emissora estatal Rússia 1.