A autoridade nuclear da Ucrânia afirmou que um depósito de lixo radioativo fora de Kiev foi atingido
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, saudou a formação de uma “coalizão internacional” de países fornecedores de ajuda à Ucrânia, neste domingo, quarto dia da invasão russa de seu país.
“Nós recebemos armas, medicamentos, alimentos, combustível, dinheiro. Uma coalizão internacional forte formou-se para apoiar a Ucrânia, uma coalizão anti-guerra”, disse em vídeo difundido nas redes sociais, citado pela agência France-Presse (AFP).
Zelenski saudou concretamente o envio de armas pela Alemanha e Bélgica, bem como o acordo europeu para a exclusão de bancos russos da plataforma internacional de pagamentos Swift, engrenagem essencial das finanças mundiais.
A autoridade nuclear da Ucrânia afirmou que um depósito de lixo radioativo fora de Kiev foi atingido por mísseis russos durante a noite. Por enquanto não há evidência de um vazamento radioativo, segundo o órgão. “O golpe foi na cerca. O prédio e os contêineres estão intactos.” Assim que o local estiver seguro, inspetores deverão avaliar adequadamente os danos.
As forças russas atacaram várias cidades durante a noite. Na cidade de Vasylkiv, nos arredores de Kiev, o bombardeio incendiou um depósito de petróleo. “O inimigo quer destruir tudo”, disse a prefeita da cidade, Natalia Balasinovich, em postagem nas rede sociais.
Uma aliança de sindicatos, Igrejas, organizações ambientais, iniciativas e grupos pela paz programou uma grande manifestação contra o ataque da Rússia de Vladimir Putin à Ucrânia. Os organizadores contam com até 20 mil participantes.
Sob o lema “Chega de guerra. Paz para a Ucrânia e toda a Europa”, o evento começa às 13 horas (09h00 em Brasília) deste domingo, na Coluna da Vitória (Siegessäule), localizada na avenida Strasse des 17. Juni, no centro da capital alemã.
Na véspera, a invasão russa já motivara uma série de manifestações antibélicas em cidades ao redor do mundo. Milhares se reuniram em Londres, Berlim, Frankfurt, Atenas, Helsinque, Genebra, Sydney e muitas outras cidades, com muitos manifestantes erguendo as cores da bandeira ucraniana e cartazes denunciando as hostilidades da Rússia.
Tentativa de negociação russa
O porta-voz do presidente Vladimir Zelensky, Sergei Nikiforov, anunciou que, apesar de todos os compromissos anteriores com Moscou sobre o local da reunião, o lado ucraniano não vai às negociações em Belarus.
O presidente da França, Emmanuel Macron, instou seu homólogo belarusso, Alexander Lukashenko, a ordenar que as tropas russas deixem seu país. Em telefonema, Macron frisou que a fraternidade entre os povos de Belarus e Ucrânia deve levar o governo belarusso a “se recusar a ser vassalo e cúmplice da Rússia na guerra contra a Ucrânia”, afirmou o gabinete do líder francês.
A Rússia usou o território belarusso como trampolim para parte de seu ataque à Ucrânia. Neste sábado, a líder oposicionista belarussa Svetlana Tsikhanouskaya expressou solidariedade a Kiev, afirmando à DW que a maioria dos cidadãos de seu país “não apoia esta guerra”.